Brasília - A presidente Dilma Rousseff deve anunciar nos próximos dias um reajuste de cerca de 4,5 por cento para o Bolsa Família, disse uma autoridade do governo familiarizada com o plano.

O novo valor do benefício, que está sendo estudado pela equipe do ministério da Fazenda, seguirá a mesma correção da tabela do imposto de renda, que equivale ao centro da meta de inflação, disse ontem a pessoa, que pediu anonimato porque o plano ainda está em discussão. O governo não conseguiria dar um aumento maior porque se comprometeu com um corte de R$ 50 bilhões no orçamento deste ano, disse a autoridade.

O Bolsa Família, que beneficia 12,9 milhões de famílias, foi reajustado pela última vez em setembro de 2009 em 10 por cento. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu pelo repasse de 6 por cento da alta acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo mais 4 por cento de ganho real, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social. O valor máximo do benefício é hoje de R$ 200, dependendo da renda familiar, do número e idade dos filhos.

O governo estaria estudando o melhor momento para o anúncio do reajuste do benefício, levando em conta que na próxima quarta-feira sai a decisão do Comitê de Política Monetária sobre o juro básico e o detalhamento dos cortes no orçamento, disse a pessoa. Há uma possibilidade de a presidente Dilma anunciar o reajuste na terça-feira em viagem à cidade de Irecê, na Bahia, disse a pessoa.

A assessoria de imprensa Presidência da República não quis comentar o assunto quando procurada ontem pela Bloomberg News. A assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social também foi procurada e não quis comentar quanto será reajuste do Bolsa Família e quando será feito o anúncio.

O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio Oliveira, disse ontem a repórteres em Brasília, que a presidente Dilma está decidida a aumentar o Bolsa Família e o percentual do reajuste está em estudo.