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Governo deve agir no câmbio, diz Coutinho

Desavalorização do dólar frente ao real pode ser prejudicial ao Brasil

Coutinho, do BNDES: "[O câmbio] não preocupa a mim, mas a toda a indústria brasileira. Há pressão competitiva exagerada. Isso requer que se atue" (Paulo Whitaker/REUTERS)

Coutinho, do BNDES: "[O câmbio] não preocupa a mim, mas a toda a indústria brasileira. Há pressão competitiva exagerada. Isso requer que se atue" (Paulo Whitaker/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 11h15.

São Paulo - A desvalorização cambial "preocupa toda a indústria brasileira" e "requer que (o governo) atue". O diagnóstico é do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e foi feito ontem, em Brasília, após uma solenidade a menos de 500 metros do Palácio do Planalto.

Coutinho participou do anúncio de parcerias público-privadas (PPPs) na área de saúde, na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O acordo prevê a produção de quatro medicamentos: dois para aids, um para o mal de Parkinson e outro para artrite reumatoide.

À saída da solenidade, a reportagem perguntou ao presidente do BNDES se o comportamento do câmbio preocupa. "Não preocupa a mim, mas a toda a indústria brasileira. Há pressão competitiva exagerada. Isso requer que se atue."

Sobre o que pode ser efeito para estancar a valorização do real, o economista avaliou que "há um estado de anomalia mundial". E acrescentou: "(Há) uma superliquidez mundial que cria desequilíbrio extramercado. Existem políticas no mundo de excesso de liquidez que criam pressões tanto sobre preço de commodities como taxa de câmbio. Não estamos vivendo uma situação normal de mercado".

Ao ser questionado sobre as medidas que o governo pode adotar para combater o problema, Coutinho disse que há "um arsenal de medidas convencionais", mas essa é uma "tarefa que a Fazenda e o Banco Central terão capacidade para conduzir."

Depois de dizer que o assunto é da Fazenda, o economista lembrou que a tarefa também é "uma preocupação dos ministros Palocci (Casa Civil) e Tombini (presidente do Banco Central)." "O ministro Guido (Fazenda) tem tomado medidas. O BC tem feito medidas. Não me compete opinar. Eu apenas registrei um pressão real." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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