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Governo depende de oposição para sair da crise, diz Picciani

Líder do PMDB na Câmara disse que a disputa nas eleições presidenciais acabou por criar problemas políticos que fizeram de 2015 "um ano perdido"

Leonardo Picciani: "É necessário que a disputa eleitoral fique para trás e que se consiga olhar em direção ao momento político-administrativo" (Ueslei Marcelino / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 16h11.

Brasília - O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), afirmou hoje (24) que está faltando à oposição “grandeza” para tornar possível a elaboração conjunta de uma agenda que dê ao país mais eficiência de gestão e, dessa forma, crie condições para a superação da crise.

Picciani disse que a forma acirrada como as eleições presidenciais foram disputadas acabou por criar problemas políticos que fizeram de 2015 "um ano perdido".

O deputado fez as declarações durante o programa Espaço Público, veiculado ontem (23) pela TV Brasil. Nas últimas eleições presidenciais, em 2014, Picciani apoiou publicamente o candidato Aécio Neves, do PSDB.

“Viemos de uma eleição disputada, apertada e acirrada, que dividiu o país de forma muito nítida. Mas, passado esse momento, é necessário que a disputa eleitoral fique para trás e que se consiga olhar em direção ao momento político-administrativo, sob pena de ocorrer o que vivenciamos: um ano de 2015 que se perdeu por uma conjuntura difícil, por fatores externos que estão fora do controle político e também pela luta política que não se encerrou com o fechamento das urnas e prosseguiu com a tentativa de impeachment e a criação de pautas políticas que poderiam inviabilizar o governo: as chamadas pautas-bomba”, lembrou o líder do PMDB.

Segundo Picciani, a saída da crise não depende apenas do governo.

“Claro que o governo precisa fazer sua parte: governar melhor e ser mais eficiente em algumas medidas, corrigir uma série de ações, cuidar melhor do gasto público, ter eficiência de gestão e avaliar melhor as despesas". disse o deputado.

Ele ressaltou, porém, que a oposição também "precisa sair do palanque e agir com mais grandeza e com a compreensão de que não pode tacar fogo no país com o intuito exclusivo de tirar a presidente [Dilma Rousseff]  do poder, para disputar uma eleição extemporânea, antes do previsto para 2018”.

De acordo com o líder do PMDB, a agenda política e o enfrentamento político em 2015 foram prejudiciais ao país.

“Faltou grandeza à oposição para entender que é necessário fazer uma [nova] agenda para o país. Apostar no quanto pior, melhor, é apostar na inviabilização do governo e não é o melhor [para o país]”, acrescentou o deputado.

Sobre o encaminhamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Picciani disse que a questão deve ser tratada tanto pelo aspecto político quanto pelo jurídico.

Descartar qualquer um desses aspectos pode resultar em mais prejuízos ao país, afirmou o parlamentar.

“Se [o tratamento] for só político, é golpe. E, se for só jurídico, não se aplica porque aí não teria de ser exercido pelo Congresso, que é uma casa política.”

De acordo com o líder do PMDB, não há, até o momento, fundamento jurídico, nem “consistência” na abertura do processo “porque a hipótese exclusiva [para o impeachment ] é o cometimento do crime de responsabilidade, o que não passou nem perto de ocorrer. Além disso, não houve grandes mobilizações da sociedade. Portanto, nem o fundamento político se complementou de forma absoluta. Teve o componente dos políticos. Não o componente político.”

Lava Jato

Formado em direito, Leonardo Picciani fez, durante o programa Espaço Público, alguns comentários sobre a Justiça brasileira e a forma como algumas investigações têm sido conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

“Faço uma avaliação positiva da Lava Jato , porque dá uma demonstração clara de que não temos de ter sobressaltos no Brasil, já que as instituições estão funcionando. Este é o grande ponto positivo: mostrar que as instituições estão funcionando. Então, não há razão para radicalismo, nem para suprimir etapas processuais, nem defesa ou presunção da inocência”, disse Picciani.

“É necessário respeitar a presunção da inocência e que ninguém seja prejulgado, porque esses são princípios básicos. O que não se pode é condenar à revelia. Se não, acaba valendo o ditado popular: 'pau que bate em Chico bate em Francisco', e uma hora acaba-se condenando quem não podia [merecia] ser condenado. Isso é grave”, acrescentou o líder do PMDB.

Picciani destacou que é favorável a investigações sempre que houver denúncia, mas que não se pode ter “seletividade na investigação”.

Em sua opinião, tem-se percebido que a Lava Jato “adota mecanismos diferentes” dos de outras investigações. Nesse sentido, ele cobrou que o Poder Judiciário diga se tais procedimentos estão de acordo com a legislação.

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Brasília - O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), afirmou hoje (24) que está faltando à oposição “grandeza” para tornar possível a elaboração conjunta de uma agenda que dê ao país mais eficiência de gestão e, dessa forma, crie condições para a superação da crise.

Picciani disse que a forma acirrada como as eleições presidenciais foram disputadas acabou por criar problemas políticos que fizeram de 2015 "um ano perdido".

O deputado fez as declarações durante o programa Espaço Público, veiculado ontem (23) pela TV Brasil. Nas últimas eleições presidenciais, em 2014, Picciani apoiou publicamente o candidato Aécio Neves, do PSDB.

“Viemos de uma eleição disputada, apertada e acirrada, que dividiu o país de forma muito nítida. Mas, passado esse momento, é necessário que a disputa eleitoral fique para trás e que se consiga olhar em direção ao momento político-administrativo, sob pena de ocorrer o que vivenciamos: um ano de 2015 que se perdeu por uma conjuntura difícil, por fatores externos que estão fora do controle político e também pela luta política que não se encerrou com o fechamento das urnas e prosseguiu com a tentativa de impeachment e a criação de pautas políticas que poderiam inviabilizar o governo: as chamadas pautas-bomba”, lembrou o líder do PMDB.

Segundo Picciani, a saída da crise não depende apenas do governo.

“Claro que o governo precisa fazer sua parte: governar melhor e ser mais eficiente em algumas medidas, corrigir uma série de ações, cuidar melhor do gasto público, ter eficiência de gestão e avaliar melhor as despesas". disse o deputado.

Ele ressaltou, porém, que a oposição também "precisa sair do palanque e agir com mais grandeza e com a compreensão de que não pode tacar fogo no país com o intuito exclusivo de tirar a presidente [Dilma Rousseff]  do poder, para disputar uma eleição extemporânea, antes do previsto para 2018”.

De acordo com o líder do PMDB, a agenda política e o enfrentamento político em 2015 foram prejudiciais ao país.

“Faltou grandeza à oposição para entender que é necessário fazer uma [nova] agenda para o país. Apostar no quanto pior, melhor, é apostar na inviabilização do governo e não é o melhor [para o país]”, acrescentou o deputado.

Sobre o encaminhamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Picciani disse que a questão deve ser tratada tanto pelo aspecto político quanto pelo jurídico.

Descartar qualquer um desses aspectos pode resultar em mais prejuízos ao país, afirmou o parlamentar.

“Se [o tratamento] for só político, é golpe. E, se for só jurídico, não se aplica porque aí não teria de ser exercido pelo Congresso, que é uma casa política.”

De acordo com o líder do PMDB, não há, até o momento, fundamento jurídico, nem “consistência” na abertura do processo “porque a hipótese exclusiva [para o impeachment ] é o cometimento do crime de responsabilidade, o que não passou nem perto de ocorrer. Além disso, não houve grandes mobilizações da sociedade. Portanto, nem o fundamento político se complementou de forma absoluta. Teve o componente dos políticos. Não o componente político.”

Lava Jato

Formado em direito, Leonardo Picciani fez, durante o programa Espaço Público, alguns comentários sobre a Justiça brasileira e a forma como algumas investigações têm sido conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

“Faço uma avaliação positiva da Lava Jato , porque dá uma demonstração clara de que não temos de ter sobressaltos no Brasil, já que as instituições estão funcionando. Este é o grande ponto positivo: mostrar que as instituições estão funcionando. Então, não há razão para radicalismo, nem para suprimir etapas processuais, nem defesa ou presunção da inocência”, disse Picciani.

“É necessário respeitar a presunção da inocência e que ninguém seja prejulgado, porque esses são princípios básicos. O que não se pode é condenar à revelia. Se não, acaba valendo o ditado popular: 'pau que bate em Chico bate em Francisco', e uma hora acaba-se condenando quem não podia [merecia] ser condenado. Isso é grave”, acrescentou o líder do PMDB.

Picciani destacou que é favorável a investigações sempre que houver denúncia, mas que não se pode ter “seletividade na investigação”.

Em sua opinião, tem-se percebido que a Lava Jato “adota mecanismos diferentes” dos de outras investigações. Nesse sentido, ele cobrou que o Poder Judiciário diga se tais procedimentos estão de acordo com a legislação.

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