Governo de SP prorrogou a quarentena. O que muda na prática?
São Paulo estendeu a quarentena em todo o estado até o dia 16 de dezembro, mas prometeu rever as fases das regiões no dia 30 de novembro. Até lá, nada muda
Gilson Garrett Jr
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 17h06.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 17h26.
O governo de São Paulo prorrogou a quarentena em todo o estado até o dia 16 de dezembro. O decreto estendendo a medida sanitária de combate à covid-19 foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira, 17. A diretriz é renovada periodicamente pelo governo paulista quando está próxima de vencer. E nesta última renovação, manteve as mesmas regras que estão em vigor desde outubro, ou seja, nada muda. O comércio, bares e restaurantes continuam abertos, com uso de máscara e distanciamento obrigatórios.
As alterações nas regras são feitas de forma mensal, e a de novembro estava prevista para ter sido feita na segunda-feira, 16, mas o governo do estado adiou a decisão para 30 de novembro, por conta do apagão de dados que afetou o sistema do Ministério da Saúde que compila todas as informações.
Dentro da quarentena, o governo de São Paulo dividiu o estado em 17 regiões e estabeleceu fases em uma escala que vai de 1 vermelha, a mais restrita, até a 5 azul, quando há a volta total das atividades, mas com medidas de segurança, como uso de máscara. Na última atualização feita em outubro, 76% da população do estado entrou na fase 4 verde da quarentena.
Toda a Grande São Paulo está na fase 4 verde. Nesta etapa, o comércio, bares, restaurantes, academia e salões de beleza funcionam com capacidade de 60%. O setor cultural é beneficiado, com abertura de cinemas, museus, teatros, casas de espetáculo, também com capacidade de 60%. O uso obrigatório de máscara e álcool gel continuam em vigor. Eventos de grande aglomeração permanecem proibidos.
Apesar do governo estadual autorizar a reabertura do comércio, as prefeituras têm autonomia para definir medidas mais restritivas, como já foi decido em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, em abril deste ano. A prefeitura de São Paulo vem seguindo as orientações do estado.
Aulas presenciais na capital paulista
A prefeitura de São Paulo autorizou a volta às aulas presenciais desde o dia 3 de novembro, somente para alunos do ensino médio na cidade. O retorno do ensino fundamental e infantil será decidido no dia 19 de novembro, próxima quinta-feira, e há a possibilidade que seja só em 2021.
A decisão é válida para as redes municipal, estadual e privada da capital paulista. O retorno é facultativo. Desde o dia 7 de outubro estão permitidas apenas atividades extracurriculares, como aulas de reforço e de língua estrangeira. Nesta data também foram liberadas as aulas do ensino superior na cidade.
Preocupação com segunda onda
Pela primeira vez, o governo deSão Paulodisse, na segunda-feira, 16, que houve um aumento no número de internações de pessoas com a covid-19 em leitos de enfermaria e de UTI em todo o estado.
De acordo com dados da Secretaria da Saúde, a média diária de internações em leitos de enfermaria e UTI na última semana ficou em 1.009 novas solicitações. Isso representa um crescimento de 18%, se comparado com a semana anterior.
Apesar do aumento, a taxa ainda está inferior ao registrado no pico da pandemia, em julho, quando havia quase 2.000 novas internações diárias em hospitais públicos e privados.
Segundo a secretária Patricia Ellen, o aumento foi sentido de forma igual em todas as unidades de saúde do estado e oscilou entre 14% e 18%.
Os membros do Comitê de Contingência da Covid-19 disseram na segunda-feira que estão preocupados com uma segunda onda no estado e que monitoram vários dados para tomar decisões mais ou menos restritivas.