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Governo de SP pede ajuda à população contra arrastões

O programa Vizinhança Solidária "convida" todos os moradores de bairro a colaborar com a polícia

Polícia: segundo o comandante-geral da PM, coronel Roberval Ferreira França, o programa começa com o cadastramento de condomínios e estabelecimentos de cada região (Fernando Moraes/Veja SP)

Polícia: segundo o comandante-geral da PM, coronel Roberval Ferreira França, o programa começa com o cadastramento de condomínios e estabelecimentos de cada região (Fernando Moraes/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2012 às 10h11.

São Paulo - São Paulo chegou à marca de 26 arrastões a bares e restaurantes na noite de anteontem e, para tentar conter a onda de violência na cena noturna da metrópole, ontem o governo estadual anunciou o programa Vizinhança Solidária no Itaim-Bibi, zona sul. A iniciativa, prevista para começar na terça-feira, dia 26, "convida" todos os moradores do bairro a colaborar com a polícia.

A medida da Secretaria da Segurança Pública, porém, ainda não beneficia os bairros onde ocorreram os dois novos arrastões, na noite de anteontem. Estabelecimentos de Alto de Pinheiros, na zona oeste, e Moema, na zona sul, foram atacados por bandos armados.

O restaurante Esquina do Açaí, na Avenida Diógenes Ribeira de Lima, no Alto de Pinheiros, foi invadido por três criminosos armados por volta das 23h45 de anteontem. Truculentos com as vítimas, eles roubaram, em apenas dois minutos, bolsas, carteiras e celulares de 15 clientes, além de R$ 1 mil do caixa.

Dois clientes foram agredidos. Uma publicitária de 24 anos levou uma coronhada na testa quando um dos bandidos tentou pegar sua bolsa. Ela tentou puxá-la. "Ela ficou em estado de choque. É a primeira vez que esse tipo de ação ocorre com a gente. Dá sensação de medo e de não querer voltar a restaurantes", disse o namorado da vítima, um assistente judiciário de 25 anos. A jovem foi socorrida e levou dois pontos. Segundo ele, outro cliente foi agredido com uma coronhada e recebeu oito pontos.

A dona do Esquina do Açaí, Vera Alves Pereira Reis, de 42 anos, disse que, por questão de minutos, a ação não foi mais violenta. "Pouco antes da invasão dos bandidos, havia cerca de 40 pessoas aqui, durante o jogo do Corinthians e do Santos. O bar estava cheio. Por sorte, muitos deles já haviam ido embora", disse Vera.

Segundo testemunhas, os assaltantes fugiram em um Meriva prata, onde havia outros comparsas. Vera não tinha registrado boletim de ocorrência até as 20 horas de ontem. Os clientes fizeram BO no 7.º Distrito Policial (Lapa).

Antes do arrastão no Esquina do Açaí, o restaurante Gattai Sushi, na Avenida Iraí, em Moema, zona sul, também foi invadido por bandidos. O assalto ocorreu por volta das 23 horas. Cinco ladrões chegaram armados ao local.

Sem usar de violência física contra os clientes, eles levaram dinheiro, carteiras, bolsas e celulares de dez clientes que jantavam no restaurante de comida japonesa. Cerca de R$ 200 foram levados do caixa. A ação durou cinco minutos.

Os criminosos fugiram em dois carros - um Gol vermelho e um Honda City prata. A ocorrência foi registrada no 27.º DP (Campo Belo). Nem o Gattai nem o Esquina do Açaí tinham circuito interno de câmeras.


"Olhos da polícia"

Com o crescimento dos arrastões, o governo estadual deu início à Vizinha Solidária no Itaim, ontem. Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberval Ferreira França, o programa começa com o cadastramento de edifícios, condomínios e estabelecimentos de cada região.

"A principal diferença é que o sistema possibilita que, além das vítimas, outras pessoas também possam notificar atitudes suspeitas à polícia. Queremos que a comunidade se sinta dona de seu bairro e possa ser os olhos da polícia", disse França.

O secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, disse que o governo tem reforçado as investigações e o policiamento para evitar arrastões. "Uma quadrilha solta faz vários assaltos. Estamos enfrentando isso, privilegiando as ações de Vizinhança Solidária."

Para o governador Geraldo Alckmin, o trabalho da PM já deu resultados. "Tivemos 30 presos e 14 casos resolvidos. Vamos intensificar os trabalhos." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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