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Governo de SP divulga nesta quarta como ocorrerá relaxamento da quarentena

Doria afirmou que o fim do isolamento social vai ocorrer de forma gradual e considerando a situação do sistema de saúde

São Paulo: Estado está em quarentena pelo coronavírus desde o dia 24 de março (Germano Lühders/Exame)

São Paulo: Estado está em quarentena pelo coronavírus desde o dia 24 de março (Germano Lühders/Exame)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 20 de abril de 2020 às 20h21.

Última atualização em 30 de abril de 2020 às 12h29.

O governador João Doria anunciou nesta segunda-feira (20) que o plano para a "reabertura gradual dos setores produtivos" no estado de São Paulo será divulgado na próximo quarta-feira, dia 22 de abril.

O fim do isolamento social no estado está previsto para o dia 10 de maio, mas, como informado pelo governo, a reabertura será gradual e levará em conta fatores como a disseminação do coronavírus e a situação do sistema de saúde. "A ciência continuará pautando nossas ações", afirmou Doria no Twitter.

A quarentena em SP começou no dia 24 de março. O estado é o mais afetado do país pela covid-1 e registra 1.037 mortes pelo novo coronavírus e mais de 14 mil casos.

Jair Bolsonaro

Na contramão dos governadores e das recomendações dos órgãos mundiais de saúde, o presidente Jair Bolsonaro defende o fim da quarentena e a abertura das indústrias e do comércio. Ele afirmou que esse movimento vai ser natural e gradual e que as coisas têm que voltar ao normal.

O presidente disse que, em média, 70% da população vai pegar coronavírus e ninguém contesta esse percentual. O Brasil ultrapassou nesta segunda os 40 mil casos, com 2.575 mortes.

Bolsonaro afirmou nesta segunda que, após se reunir com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, trabalhará para reabrir já na próxima semana o Colégio Militar de Brasília -- instituição de ensino da capital ligada ao governo federal --, em mais um gesto para pressionar o retorno das atividades no país.

"Não está batido o martelo ainda", ressalvou Bolsonaro, em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada, ao contar que ainda vai discutir o assunto com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

Bolsonaro destacou que Ibaneis -- governador de uma das unidades da federação que mais cedo instituiu medidas drásticas de isolamento social -- também vai avaliar se abre na próxima semana as escolas cívico-militares.

No início do mês, o governador do DF editou um novo decreto suspendendo as aulas em escolas e faculdades até 31 de maio. As escolas no Distrito Federal estão fechadas desde 11 de março, e a intenção inicial do governador é que escolas e faculdades fossem os últimos a retomar as atividades regulares.

O presidente disse que vai conversar com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para reabrir a Academia Nacional da Polícia Federal também na próxima semana. Essa instituição fica localizada em Brasília.

Ibaneis foi um dos poucos entre os 27 governadores que não assinaram uma carta dos chefes de Executivo estaduais em apoio à atuação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na pandemia do novo coronavírus. O Congresso, principalmente Maia, tem sido alvo de críticas de Bolsonaro.

O presidente disse ter se reunido nesta segunda com o recém-nomeado ministro da Saúde, Nelson Teich. Afirmou que ele pretende ter dados antes de falar sobre isolamento social.

Bolsonaro destacou que a intenção do governo federal é auxiliar os entes regionais, mas ressalvou que esse respaldo não pode ser para sempre. "A nossa intenção é ajudar economicamente, mas ajudar até quando?", questionou.

(Com Reuters)

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