Escolas: o prefeito Bruno Covas (PSDB) não pretende abrir as escolas em 8 de setembro. A capital já está há mais de 30 dias na fase amarela (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de agosto de 2020 às 10h30.
Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 14h15.
O governo de São Paulo adiou para 7 de outubro a volta às aulas no estado todo, mas vai permitir que as instituições que estão em regiões na fase amarela há mais de 28 dias possam reabrir seus espaços no dia 8 de setembro, com atividades de reforço escolar.
As escolas podem decidir se querem ou não voltar a funcionar nesses lugares. O modelo vai favorecer instituições particulares, que já se declaram prontas para funcionar, e têm feito pressão para a abertura.
"A previsão inicial, como todos sabem, era que as aulas pudessem ser retomadas no dia 8 de setembro. A data foi adiada para 7 de outubro por recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus para garantir uma margem de segurança ainda maior para as crianças, adolescentes, professores, gestores e profissionais da rede pública e privada e obviamente para seus familiares", disse o governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 7.
A capital paulista é uma das regiões que já está há mais de 28 dias na fase amarela. Segundo o secretário de Educação da cidade de São Paulo, Bruno Caetano, o município ainda vai avaliar com a equipe de saúde para liberar ou não as atividades escolares no dia 8 de setembro.
Há uma discussão sobre se as particulares teriam a liberdade de abrir na capital com essa decisão do estado ou não. Na prática, elas precisam de uma licença da prefeitura para funcionar. Cidades do ABC também já declararam que só voltarão às aulas no ano que vem.
O novo plano para abertura de escolas foi apresentado na quinta-feira, 6, pelo secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, ao Centro de Contingência Contra a Covid-19. A regionalização da abertura das escolas já era discutida no governo há algum tempo, mas a área da educação defendia que ela levaria a mais desigualdades educacionais porque escolas públicas não abririam.
Com a nova regra, o governo deixa a decisão de abertura na mão dos municípios e até dos diretores de escolas, que podem sofrer pressão dos pais para voltarem. Na rede pública, sindicatos de professores defendem que as escolas só retornem quando houver uma vacina para o coronavírus.
A retomada total é condicionada à permanência de todo o estado na fase 3 amarela da quarentena por 28 dias. Mas a contagem começa quando o estado tiver 80% nesta etapa de classificação. Ao final dessas quatro semanas, 100% do estado precisa estar na fase amarela.
Nesta sexta-feira, o governo de São Paulo atualizou as fases da quarentena. Pela primeira vez, 86,1% do estado foi classificado na fase 3 amarela, em que shoppings, comércio de rua, bares e restaurante podem reabrir, com capacidade limitada.
Do total de regiões, apenas duas estão na fase vermelha, a mais restritiva, e três na fase laranja. A quarentena foi prorrogada no estado até o dia 23 de agosto.
(Com Estadão Conteúdo)