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Governo contesta dados do Pnud sobre educação

Os números do relatório apontam, em 2012, que a escolaridade esperada para as crianças brasileiras é 14,2 anos, o mesmo índice registrado em 2000

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 19h00.

Brasília – O governo apontou problemas na metodologia e criticou o Relatório de Desenvolvimento Humano 2013, lançado hoje (14) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Apesar de o relatório ter destacado o Brasil como um dos 15 países que mais diminuíram o déficit de desenvolvimento humano, calculado pelo índice IDH , o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apontou defasagem nos dados sobre educação.

Ele disse que o país poderia ter subido 20 posições, se o estudo tivesse considerado os dados mais recentes. O Brasil manteve a mesma posição no ranking (85º), entre os 187 países avaliados no relatório de 2012.

Acompanhado da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, Aloizio Mercadante criticou os dados do relatório relativos a escolaridade, um dos indicadores utilizados para medir o índice, classificando-os como de “defasagem inaceitável”.

“Eles [os técnicos do Pnud] não atualizaram os dados referentes à escolaridade. No caso do Brasil, os dados são de 2005, principalmente no que diz respeito aos anos de escolaridade esperados,” disse.

Os números do relatório apontam, em 2012, que a escolaridade esperada para as crianças brasileiras é 14,2 anos, o mesmo índice registrado em 2000. “Nesse período, os anos de escolaridade esperados evoluíram de 14,2 para 16,7. Com isso, o Brasil subiria 20 posições no IDH,” disse. O ministro criticou o fato de o relatório registrar apenas 26 mil crianças a partir dos cinco anos na escola.


"Hoje nos temos 4,6 milhões. Se o Pnud quiser, nós podemos informar o nome e a escola de cada uma delas”. Os números referentes à média de anos de escolaridade para a população com mais de 25 anos escolaridade, de acordo com Mercadante, também estão desatualizados. O relatório registra 7,2 anos, ante 7,4, na conta do ministro.

Na opinião de Mercadante, o índice apresentado pelo Pnud não leva em consideração as mudanças pelas quais o país passou desde 2000. Em uma década, tiramos uma Argentina da extrema pobreza.

Este salto não está presente, pois no cálculo eles não consideram os dados atualizados, ponderou. Ele disse que vai conversar com representantes do Pnud para que os dados sejam revistos. “Vamos lá bater na porta, mostrar os nossos dados e fazer a discussão. Eles vão ter que rever,” disse.

Em entrevista coletiva, o representante do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, confirmou a defasagem dos dados, atribuindo à metodologia utilizada para elaborar o relatório. “No relatório usamos dados universais e, em geral, são atrasados para tentar manter a mesma base de dados entre os países. Nem todos tem o mesmo ritmo de atualização do Brasil,” justificou.

Na avaliação de Chediek, o fundamental é que o IDH deve ser analisado em uma perspectiva mais ampla, levando em consideração a trajetória do país e as projeções em longo prazo. Chediek disse que não há a possibilidade de se rever o relatório. “Reconhecemos as limitações, usamos dados antigos para manter a isonomia entre os países, de maneira que ele deve ser encarado como uma referência,” disse.

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Brasília – O governo apontou problemas na metodologia e criticou o Relatório de Desenvolvimento Humano 2013, lançado hoje (14) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Apesar de o relatório ter destacado o Brasil como um dos 15 países que mais diminuíram o déficit de desenvolvimento humano, calculado pelo índice IDH , o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apontou defasagem nos dados sobre educação.

Ele disse que o país poderia ter subido 20 posições, se o estudo tivesse considerado os dados mais recentes. O Brasil manteve a mesma posição no ranking (85º), entre os 187 países avaliados no relatório de 2012.

Acompanhado da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, Aloizio Mercadante criticou os dados do relatório relativos a escolaridade, um dos indicadores utilizados para medir o índice, classificando-os como de “defasagem inaceitável”.

“Eles [os técnicos do Pnud] não atualizaram os dados referentes à escolaridade. No caso do Brasil, os dados são de 2005, principalmente no que diz respeito aos anos de escolaridade esperados,” disse.

Os números do relatório apontam, em 2012, que a escolaridade esperada para as crianças brasileiras é 14,2 anos, o mesmo índice registrado em 2000. “Nesse período, os anos de escolaridade esperados evoluíram de 14,2 para 16,7. Com isso, o Brasil subiria 20 posições no IDH,” disse. O ministro criticou o fato de o relatório registrar apenas 26 mil crianças a partir dos cinco anos na escola.


"Hoje nos temos 4,6 milhões. Se o Pnud quiser, nós podemos informar o nome e a escola de cada uma delas”. Os números referentes à média de anos de escolaridade para a população com mais de 25 anos escolaridade, de acordo com Mercadante, também estão desatualizados. O relatório registra 7,2 anos, ante 7,4, na conta do ministro.

Na opinião de Mercadante, o índice apresentado pelo Pnud não leva em consideração as mudanças pelas quais o país passou desde 2000. Em uma década, tiramos uma Argentina da extrema pobreza.

Este salto não está presente, pois no cálculo eles não consideram os dados atualizados, ponderou. Ele disse que vai conversar com representantes do Pnud para que os dados sejam revistos. “Vamos lá bater na porta, mostrar os nossos dados e fazer a discussão. Eles vão ter que rever,” disse.

Em entrevista coletiva, o representante do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, confirmou a defasagem dos dados, atribuindo à metodologia utilizada para elaborar o relatório. “No relatório usamos dados universais e, em geral, são atrasados para tentar manter a mesma base de dados entre os países. Nem todos tem o mesmo ritmo de atualização do Brasil,” justificou.

Na avaliação de Chediek, o fundamental é que o IDH deve ser analisado em uma perspectiva mais ampla, levando em consideração a trajetória do país e as projeções em longo prazo. Chediek disse que não há a possibilidade de se rever o relatório. “Reconhecemos as limitações, usamos dados antigos para manter a isonomia entre os países, de maneira que ele deve ser encarado como uma referência,” disse.

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