Governo comemora votação que tornou Dilma ré
“Foi dentro do cálculo que tínhamos, mas pode ser ainda melhor na próxima", disse uma das fontes
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2016 às 19h00.
Brasília - O Palácio do Planalto comemorou o resultado da sessão que aprovou a pronúncia da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment como um sinal de que a situação está resolvida e considera que a margem de votos pela cassação tende a ser ainda maior na votação do julgamento final, disseram à Reuters fontes palacianas.
“Foi dentro do cálculo que tínhamos, mas pode ser ainda melhor na próxima. Aumentou quatro votos desde a votação da admissibilidade do processo, o impeachment está consolidado”, disse uma das fontes.
A previsão do Planalto era ter entre 58 e 61 votos, e chegou a 59. Faltaram os votos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já havia avisado que se absteria, e do senador Otto Alencar (PSD-BA), que chegou a ganhar espaço para discursar em cerimônia no mesmo dia no Planalto mas, ainda assim, votou contra o impeachment.
Alencar, no entanto, teria dito que pode mudar seu voto na votação final. “Não tem nada que leve o governo a pensar que pode ter um resultado diferente daqui para a frente”, disse uma das fontes, lembrando que nem mesmo as informações de que as delações de executivos da Odebrecht --que teriam atribuído ao presidente interino Michel Temer o pedido de uma doação eleitoral de 10 milhões de reais-- mudaram o cenário.
“Dificilmente alguma coisa muda agora”, afirmou. Temer ficou no Palácio do Planalto assistindo a votação até o final, acompanhado do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de assessores próximos e saiu “felicíssimo”, afirmou a fonte.
Dilma
Do outro lado, no Palácio da Alvorada, Dilma mostrou decepção com alguns senadores, especialmente Cristovam Buarque (PPS-DF), que chegou a visitar a presidente afastada algumas vezes, ajudou na carta aos senadores, que Dilma deve divulgar apenas na próxima semana, mas terminou por votar a favor do impeachment.
Na base da petista, a avaliação é de que dificilmente há condições de uma reversão de resultados e a carta, em que a presidente afastada, entre outros temas, se compromete com o apoio a novas eleições, já teria perdido o timing.
Senadores contrários ao impedimento ainda tentam virar o voto de sete colegas para alcançar os 28 necessários para impedir o impeachment, mas admitem que é uma luta praticamente perdida.
Na noite de terça-feira, Dilma jantou com seus assessores mais fiéis e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta quarta, reuniu-se com senadores que votaram contra a pronúncia para discutir mais uma vez a carta, que deveria ser divulgada esta semana, mas acabou adiada mais uma vez.
Brasília - O Palácio do Planalto comemorou o resultado da sessão que aprovou a pronúncia da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment como um sinal de que a situação está resolvida e considera que a margem de votos pela cassação tende a ser ainda maior na votação do julgamento final, disseram à Reuters fontes palacianas.
“Foi dentro do cálculo que tínhamos, mas pode ser ainda melhor na próxima. Aumentou quatro votos desde a votação da admissibilidade do processo, o impeachment está consolidado”, disse uma das fontes.
A previsão do Planalto era ter entre 58 e 61 votos, e chegou a 59. Faltaram os votos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já havia avisado que se absteria, e do senador Otto Alencar (PSD-BA), que chegou a ganhar espaço para discursar em cerimônia no mesmo dia no Planalto mas, ainda assim, votou contra o impeachment.
Alencar, no entanto, teria dito que pode mudar seu voto na votação final. “Não tem nada que leve o governo a pensar que pode ter um resultado diferente daqui para a frente”, disse uma das fontes, lembrando que nem mesmo as informações de que as delações de executivos da Odebrecht --que teriam atribuído ao presidente interino Michel Temer o pedido de uma doação eleitoral de 10 milhões de reais-- mudaram o cenário.
“Dificilmente alguma coisa muda agora”, afirmou. Temer ficou no Palácio do Planalto assistindo a votação até o final, acompanhado do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de assessores próximos e saiu “felicíssimo”, afirmou a fonte.
Dilma
Do outro lado, no Palácio da Alvorada, Dilma mostrou decepção com alguns senadores, especialmente Cristovam Buarque (PPS-DF), que chegou a visitar a presidente afastada algumas vezes, ajudou na carta aos senadores, que Dilma deve divulgar apenas na próxima semana, mas terminou por votar a favor do impeachment.
Na base da petista, a avaliação é de que dificilmente há condições de uma reversão de resultados e a carta, em que a presidente afastada, entre outros temas, se compromete com o apoio a novas eleições, já teria perdido o timing.
Senadores contrários ao impedimento ainda tentam virar o voto de sete colegas para alcançar os 28 necessários para impedir o impeachment, mas admitem que é uma luta praticamente perdida.
Na noite de terça-feira, Dilma jantou com seus assessores mais fiéis e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta quarta, reuniu-se com senadores que votaram contra a pronúncia para discutir mais uma vez a carta, que deveria ser divulgada esta semana, mas acabou adiada mais uma vez.