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Governo brasileiro lamenta nova constituinte na Venezuela

Em nota, o Itamaraty afirmou lamentar a convocação da Constituinte "nos termos definidos pelo Executivo" e solicita que a assembleia não seja instalada

Venezuela: para o Itamaraty, uma nova assembleia formaria "uma ordem constitucional paralela, não reconhecida pela população" (Sergio Perez/Reuters)

Venezuela: para o Itamaraty, uma nova assembleia formaria "uma ordem constitucional paralela, não reconhecida pela população" (Sergio Perez/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de julho de 2017 às 10h20.

Última atualização em 31 de julho de 2017 às 10h22.

O governo brasileiro criticou a decisão do governo venezuelano de convocar a Assembleia Constituinte, mesmo diante do pedido da comunidade internacional pelo seu cancelamento.

Em nota, o Itamaraty informou que o Brasil lamenta a convocação da Constituinte "nos termos definidos pelo Executivo" da Venezuela e solicita que a assembleia não seja instalada.

"Diante da gravidade do momento histórico por que passa a Venezuela, o Brasil insta as autoridades venezuelanas a suspenderem a instalação da assembleia constituinte e a abrir um canal efetivo de entendimento e diálogo com a sociedade venezuelana, com vistas a pavimentar o caminho para uma transição política pacífica e a restaurar a ordem democrática, a independência dos Poderes e o respeito aos direitos humanos", diz a nota.

De acordo com a Chancelaria brasileira, a "iniciativa do governo de Nicolás Maduro viola o direito ao sufrágio universal, desrespeita o princípio da soberania popular e confirma a ruptura da ordem constitucional na Venezuela".

Para o Itamaraty, o país já dispõe de uma Assembleia Nacional legitimamente eleita e uma nova assembleia formaria "uma ordem constitucional paralela, não reconhecida pela população, agravando ainda mais o impasse institucional que paralisa a Venezuela".

A nota ressalta também que o governo brasileiro está preocupado com a escalada da violência em face do acirramento da crise naquele país, "agravada pelo avanço do governo sobre as instâncias institucionais democráticas ainda vigentes no país e pela ausência de horizontes políticos para o conflito".

O Brasil condena o cerceamento do direito constitucional à livre manifestação e repudia a violenta repressão por parte das forças do Estado e de grupos paramilitares, durante a votação para a escolha dos constituintes nesse domingo (30).

A oposição venezuelana convocou para hoje (31) um protesto contra a Assembleia Nacional Constituinte que, a partir desta semana, começa a reescrever as regras do país.

A eleição dos 545 constituintes, ontem, foi marcada pela violência. Segundo o Ministério Publico da Venezuela, dez pessoas morreram em enfrentamentos entre manifestantes e as forcas de segurança - entre elas, um sargento e dois adolescentes.

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