Governo avalia medida contra avanço da indústria chinesa
Ministro Fernando Pimentel disse que vai investigar denúncia que país asíatico estaria violando as barreiras comerciais impostas pelo Brasil
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2011 às 14h49.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse hoje que o governo brasileiro estuda medidas contra o avanço da indústria chinesa no País.
Durante a abertura da 38.ª Couromoda, a principal feira brasileira da indústria de calçados, em São Paulo, o ministro revelou a preocupação do governo federal com a tentativa da indústria chinesa de burlar as barreiras comerciais impostas ao país asiático, por meio da prática de triangulação, que consiste na exportação de calçados chineses para o Brasil com um selo falso de produção de outros países asiáticos, como Vietnã, Malásia e Indonésia. "Se for comprovado, vamos tomar medidas em relação a isso", afirmou Pimentel.
Pimentel destacou que o setor calçadista tem um saldo positivo na balança comercial, exportando US$ 1,5 bilhão e importando aproximadamente US$ 400 milhões. "Mas o setor está sofrendo ameaça da concorrência externa", afirmou Pimentel. No final do ano passado, entraram em vigor medidas antidumping do governo brasileiro contra calçados chineses.
Durante a abertura da Couromoda, o ministro ouviu do setor calçadista apelos para a realização de reformas trabalhista e tributária. "O sistema tributário brasileiro é arcaico, esdrúxulo", disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso.
Embora o setor calçadista viva atualmente o seu melhor momento produtivo no Brasil, com a expectativa de crescimento de 9% a 10% em 2011 e aquecimento do mercado interno, a indústria nacional volta-se agora à questão cambial e à necessidade de reformas estruturais. "Nós temos que nos concentrar na palavra competitividade", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que aproveitou para pedir agilidade do governo federal na implementação das reformas. "Esse é o momento de promover as reformas", acrescentou.