Brasil

Governistas e oposição divergem sobre popularidade de Dilma

Resultado da pesquisa apontando que 10,8% das pessoas ouvidas avaliam positivamente o governo repercutiu no Senado entre governistas e oposição


	Prédio do Senado: o líder do PT na Casa admitiu que o quadro é “preocupante”, mas que pode ser contornado
 (Pedro França/Agência Senado)

Prédio do Senado: o líder do PT na Casa admitiu que o quadro é “preocupante”, mas que pode ser contornado (Pedro França/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2015 às 23h39.

O resultado da pesquisa divulgada hoje (23) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apontando que 10,8% das pessoas ouvidas avaliam positivamente o governo da presidente Dilma Rousseff, repercutiu no Senado entre líderes de governo e oposição.

De acordo com o líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), “o país está diante de um quadro gravíssimo e a presidente perdeu as condições de governabilidade. Segundo ele, a presidente deveria renunciar e convocar novas eleições.

“A prevalecer o quadro como está, o Congresso Nacional deveria avaliar que não é possível dar legitimidade à fraude e à mentira. O governo não tem credenciais de se apresentar como representante da população brasileira. Não é questão de impeachment, mas até de discutir a antecipação das eleições. Estamos diante de um quadro gravíssimo. Não é questão apenas de substituir a presidente da República, mas de ouvir a sociedade brasileira”, defendeu o líder.

Sobre a avaliação negativa do Congresso Nacional, Caiado disse que as duas casas têm de ter credibilidade e apoio popular para aprovar as mudanças difíceis que o país precisa. Para o senador, se for necessário, o Congresso também pode ser submetido a novas eleições. “O político não pode ter essa condição de querer ficar encastelado em uma posição que a sociedade não considera e não respeita. Temos de ter credenciais”, acrescentou.

O líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PE), admitiu que o quadro é “preocupante”, mas que pode ser contornado. “Já vimos situações piores em governos estaduais, prefeituras e até em governos de outros países, onde, com o tempo, o processo de recuperação permitiu até a reeleição desses governantes. Com certeza, vamos recuperar sim", afirmou Costa.

Para o líder petista, a opinião de Caiado sobre uma possível renúncia da presidente é “exótica”. “Aliás, ele evoluiu, porque defendia o impeachment e agora está convencido de que não há elementos para tal. Não vivemos em um regime parlamentarista, onde o governo, por estar mal em determinado momento, pode ser substituído. Não cabe. A presidente Dilma tem um programa, implementará este programa de governo e, com certeza, estará bem mais à frente."

Os dois líderes também comentaram o indiciamento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por denúncias de recebimento de doações ilegais para campanhas do partido. Segundo Costa, ainda não há provas da conduta criminosa de Vaccari e caberá ao PT decidir se ele deve se desligar ou não do partido. “Creio que, no momento adequado, o partido debaterá a questão com tranquilidade."

Para Caiado, a permanência de Vaccari como tesoureiro do PT demonstra que a presidente Dilma não consegue cuidar “da própria casa”. “Ele foi indiciado e o PT o mantém como tesoureiro, como homem forte do partido. E a presidente enviou para esta Casa um pacote anticorrupção. Se ela não dá o exemplo na casa e  no partido dela, como a sociedade acreditará que ela está decidida a combater a corrupção?”

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGovernoOposição políticaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Inovação da indústria demanda 'transformação cultural' para atrair talentos, diz Jorge Cerezo

Reforma tributária não resolve problema fiscal, afirma presidente da Refina Brasil

Plano golpista no Planalto previa armas de guerra