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Governadora de RR espera que Temer dê "satisfação" sobre imigrantes

Suely Campos (PP) reclamou que medidas necessárias para lidar com o fluxo de venezuelanos no estado têm dificultado políticas públicas locais

Temer: presidente irá a Roraima para inspecionar pontos de atendimento aos refugiados venezuelanos (Paulo Whitaker/Reuters)

Temer: presidente irá a Roraima para inspecionar pontos de atendimento aos refugiados venezuelanos (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de junho de 2018 às 22h49.

Última atualização em 19 de junho de 2018 às 22h51.

Brasília - A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), disse nesta terça-feira, 19,que voltará a cobrar o presidente Michel Temer (MDB) sobre o aumento do fluxo migratório com venezuelanos durante visita presidencial ao Estado nesta quinta-feira.

"Espero que o presidente Temer seja sensível e que não saia do solo roraimense sem dar uma satisfação à nossa população de todas essas questões que estamos tratando há muito tempo. Isso vem dificultando nossa governabilidade, dificultando (a possibilidade de) nós darmos uma qualidade maior às nossas políticas públicas", disse a jornalistas, após audiência pública no Supremo Tribunal Federal.

O presidente irá para Roraima para inspecionar pontos de atendimento aos refugiados venezuelanos. Viajará acompanhado do líder do governo no Senado, Romero Jucá, e visitará o abrigo Nova Canaã, em Boa Vista. A governadora recepcionará o presidente na base aérea de Boa Vista e depois participará de almoço com Temer no Clube do Exército Brasileiro.

"Insistentemente, nós precisamos que o governo federal trate de Roraima, porque Roraima é Brasil. Temos demanda aumentada nas áreas de saúde, educação e impacto na nossa segurança devido ao fluxo migratório. Isso é uma realidade", disse a governadora.

No início de junho, o governo resolveu não aceitar o pedido de ressarcimento de R$ 184 milhões feito pelo governo estadual de Roraima para cobrir gastos com imigrantes venezuelanos que cruzaram a fronteira.

O Planalto considera os números exagerados. "Não podemos imaginar que tenhamos números como os que estão sendo apresentados. R$ 180 milhões me parece que fica um pouco fora de propósito", disse, em maio, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

A governadora, no entanto, insistirá na cobrança do ressarcimento. Também voltará a solicitar a repactuação da dívida contraída pela gestão anterior, que, de acordo com ela, tem um impacto de R$ 22 milhões mensais nas contas públicas. "O Estado precisa ter sua capacidade de investimento maior para tratar das políticas públicas."

Durante a 52ª reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, no Paraguai, Temer afirmou que o governo continua vigilante "frente a uma deterioração humanística no quadro daquele país".

Audiência. A governadora participou de audiência pública com o ministro Dias Toffoli para discutir uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra as emendas parlamentares feitas pela Assembleia Legislativa à lei orçamentária deste ano (Lei estadual 1.242/2018).

As emendas seriam contrárias ao texto constitucional por promover suplementação do orçamento dos demais Poderes em valor superior ao admitido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, mediante o cancelamento das verbas orçadas em diversas áreas do Poder Executivo.

"Nós temos pedidos de aumento dos duodécimos do Poder, isso é contra a lei. E isso vem impactando as contas do Estado. Pedi celeridade ao ministro para que ele coloque este processo na pauta de votação", disse. Como resposta, ouviu do ministro que a pauta da Corte está "congestionada".

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