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Governador do ES diz que paralisação da PM é chantagem

Segundo ele, o motim dos policiais "é o mesmo que sequestrar o direito do cidadão capixaba e cobrar resgate"

Paulo Hartung: para atender às exigências dos PMs, rombo nos cofres seria de R$ 500 milhões
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 11h59.

Vitória - O governador licenciado do Espírito Santo , Paulo Hartung, fez um apelo aos policiais militares e classificou como "chantagem" a paralisação que já dura cinco dias e levou o caos ao Estado.

Segundo ele, o motim dos policiais "é o mesmo que sequestrar o direito do cidadão capixaba e cobrar resgate". Ele afirmou ainda que, para atender a reivindicação dos policiais, o rombo nos cofres do Espírito Santo seria de R$ 500 milhões.

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Hartung passou por um procedimento cirúrgico na sexta-feira, 3, para a retirada de um tumor na bexiga. Ele foi ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a realização de um exame de imagem e os médicos decidiram operá-lo imediatamente.

Segundo eles, o tumor estava em fase inicial. O governador deverá ficar afastado das funções por mais duas semanas, mas nesta quarta-feira, 8, concedeu entrevista coletiva à imprensa, ao lado do governador em exercício, César Colnago, e do secretário Estadual de Segurança Pública, André Garcia.

Paulo Hartung criticou duramente a paralisação. "Não podemos sucumbir à chantagem corporativa."

Por duas vezes, ele declarou que o motim dos policiais militares é como um sequestro. "Não pode pagar resgate nem pelo aspecto ético, nem por uma questão que é fundamental na vida dos brasileiros, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal."

Ele disse ainda que, caso ceda, isso poderia se espalhar por outros Estados.

De acordo com o governador licenciado, atender às reivindicações salariais dos policiais é inviável. "Vocês sabem quanto custa esse aumento? Aplique esse porcentual que os políticos ontem se reuniram escondidos para pedir ao governo. Custa meio bilhão! Aonde vamos arranjar meio bilhão?", indagou.

Hartung pediu "bom senso e equilíbrio", e criticou todos os envolvidos com a paralisação na Polícia Militar. "Estão manchando a imagem de uma instituição mais que secular. São atitudes grotescas. Quero olhar no branco do olho desses policiais e pedir que respeitem essa instituição, respeitem nosso Estado do Espírito Santo, respeitem o cidadão capixaba. Quem paga essa conta é o cidadão capixaba."

O governador licenciado também insistiu que o motim é ilegal. "Esse movimento é um movimento ilegal, inconstitucional, e pior: o método adotado por algumas lideranças é um método que dá vergonha. É o método da chantagem."

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