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Governador do Amazonas e secretário de Saúde são alvos de operação da PF

Quarta fase da Operação Sangria foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça e apura irregularidades na contratação de hospital de campanha

Wilson Lima, governador do Amazonas. (Sandro Pereira/Estadão Conteúdo)

Wilson Lima, governador do Amazonas. (Sandro Pereira/Estadão Conteúdo)

AO

Agência O Globo

Publicado em 2 de junho de 2021 às 09h17.

Última atualização em 2 de junho de 2021 às 09h22.

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira uma nova fase da operação sobre desvios na aplicação de recursos de combate à Covid-19 pelo governo do Amazonas e cumpre um mandado de prisão temporária contra o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo. Os policiais também cumprem mandados de busca e apreensão contra o governador Wilson Lima (PSC) e outros alvos.

A ação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão e solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). É a quarta fase da Operação Sangria, que já tinha cumprido buscas contra o governador nas fases anteriores. Nesta quarta-feira, a corte especial do STJ julga o recebimento da primeira denúncia do caso, o que pode tornar Wilson Lima réu por desvios na saúde durante a pandemia. O governador também entrou na mira da CPI da Covid e foi convocado para prestar depoimento sobre o assunto.

Marcellus é o segundo secretário de Saúde do Amazonas a ser preso. Sua antecessora, Simone Papaiz, foi presa em junho do ano passado em uma das fases da operação. A PF também cumpre outros cinco mandados de prisão temporária, contra representantes das empresas suspeitas de envolvimento nos desvios.

Nesta nova fase, a PGR apura irregularidades na contratação de um estabelecimento privado, o Hospital Nilton Lins, para recebimento de pacientes com Covid-19, pelo valor de R$ 2,6 milhões para três meses de funcionamento. Segundo a investigação, o governador teria direcionado a contratação do hospital sem observar os requisitos legais. Também há suspeitas de que contratos com empresas para fornecer material para a estrutura temporária do hospital estariam superfaturados.

O ministro também autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Wilson Lima e dos outros alvos da operação.

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