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Governador do Amazonas é alvo de pedido de impeachment

Estado pode ser o primeiro do País a ter um governador afastado do cargo durante a pandemia da covid-19

Wilson Lima: investigação por compra de insumos na pandemia (Diego Peres/Secom-AM/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de maio de 2020 às 10h29.

Última atualização em 1 de maio de 2020 às 10h31.

Wilson Lima (PSC): governador do Amazonas pode ser o primeiro do país a ser afastado do cargo durante pandemia (Diego Peres/Secom-AM/Reprodução)

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Josué Neto (PRTB), aprovou ontem a abertura de um processo de impeachment do governador do Amazonas , Wilson Lima (PSC), e do vice-governador, Carlos Almeida (PTB). Com o sistema de saúde colapsado devido à covid-19, o Amazonas pode ser o primeiro Estado do País a ter um governador afastado do cargo durante a pandemia mundial.

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O documento foi proocolado na Aleam pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) na terça-feira passada. O presidente da entidade, Mário Viana, afirmou que o pedido estava baseado na "negligência e omissão do Estado" em relação à saúde, incluindo a responsabilidade pelas mortes de cidadãos e profissionais que atuam no combate ao novo coronavírus.

Durante a sessão virtual, o presidente da Assembleia, Josué Neto afirmou que a sua decisão era imparcial, sem o intuito de favorecer ou desfavorecer alguém politicamente, e que engavetar esse pedido de afastamento do governador seria "suspeito" e "antidemocrático". "Estamos vivendo a maior tragédia humanitária do Estado do Amazonas causada certamente por uma incapacidade administrativa do governo do Estado", disse.

Para que o pedido de afastamento seja aprovado, é necessário o voto de 16 dos 24 deputados estaduais. Na terça-feira será criada uma comissão especial para que os deputados avaliem a denúncia e elaborem um relatório final pela admissibilidade ou não do pedido de impeachment.

O governador Wilson Lima disse, por meio de nota, que o momento é "inoportuno" e que a decisão "está contaminada por questões eleitorais".

"Uma decisão solitária do presidente da Assembleia que não contribui em nada para vencermos essa guerra de todos os amazonenses contra a pandemia. O inimigo é um só. Nunca foi tão importante unir forças. É isso que a sociedade nos cobra.

Enquanto pessoas morrem e o mundo se comove com a pandemia no Amazonas, o presidente da Assembleia não pode apresentar esse tipo de proposta para debatermos", disse.

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