"Primeiro, é importante dizer que o recado das urnas foi de tirar Bolsonaro, a maioria votou contra Bolsonaro", afirmou Gleisi (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de outubro de 2022 às 18h13.
Última atualização em 3 de outubro de 2022 às 18h49.
A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse nesta segunda-feira, 3, que é preciso celebrar o saldo de votos do primeiro turno no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ampliar apoios com outros partidos para vencer no segundo turno.
Em entrevista à GloboNews nesta tarde, ela disse que o PT vai buscar o apoio de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) e atacou o "uso da máquina pública" pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha.
Lula recebeu 57.258.115 votos válidos no primeiro turno, o equivalente a 48,43% do total, e Bolsonaro ficou em segundo lugar, com 51.071.277 votos válidos (43,2%).
ACOMPANHE AQUI A APURAÇÃO DO SEGUNDO TURNO NA EXAME
"Primeiro, é importante dizer que o recado das urnas foi de tirar Bolsonaro, a maioria votou contra Bolsonaro. É um recado claro, ele está sentado na cadeira da Presidência da República, é o primeiro presidente que disputa a reeleição e que chega em segundo lugar no primeiro turno. Lula fez mais de 6 milhões de votos à frente de Bolsonaro. Isso é um recado muito claro das urnas, o povo brasileiro quer trocar de presidente, quer mudança", disse.
Ela afirmou que a campanha petista sempre trabalhou com a hipótese de segundo turno e sabia que a disputa para encerrar a eleição no primeiro turno estava no limite. "Faltou pouco para a gente ganhar", disse. "O que não foi captado nas pesquisas foi esse crescimento do Bolsonaro, e acredito que foi muito no final. Nós chegamos vitoriosos, isso é importante dizer, e dentro daquilo que mais ou menos nós prevíamos."
Gleisi destacou ainda que é importante enfatizar que o ex-presidente Lula "travou um embate contra a máquina pública". "Nunca se usou tanto na história do Brasil a máquina pública como se usou nesta eleição. Bolsonaro usou a Constituição, soltou o Auxílio Emergencial, baixou o preços dos combustíveis, quando podia ter feito antes e não fez, usou muito o orçamento público, e nós tivemos essa situação aí do chamado orçamento secreto, das emendas parlamentares que foram usadas muito nesse processo de distribuição de verba para município, isso teve um efeito muito grande. Não foi fácil enfrentar essa máquina toda", explicou.
A presidente do PT, que também venceu a eleição para deputada federal pelo Paraná, reforçou mais de uma vez a importância de Lula buscar diálogos com novos setores da sociedade e, ao responder a uma pergunta sobre a formação de um eventual novo governo, disse ser uma "temeridade" falar em nomes antes de o candidato ser efetivamente eleito.
Sobre a eleição para o governo do Estado de São Paulo, onde o petista Fernando Haddad vai disputar o segundo turno com Tarcísio de Freitas, apoiado por Bolsonaro, ela disse que ainda vão conversar com Haddad para "avaliar o quadro". "Mas defendo buscarmos o PSDB", disse.
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