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Gasto com remédios compromete 12% da renda de mais pobres,

Pesquisa feita pelo Ipea mostra que mais ricos gastam 1,7% da renda com remédios; quantidade de remédios comprados na rede privada caiu quase 20%

O Governo gasta R$ 2,3 bilhões por ano para adquirir remédios, mostra a pesquisa (Alcibiades/Wikimedia Commons)

O Governo gasta R$ 2,3 bilhões por ano para adquirir remédios, mostra a pesquisa (Alcibiades/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 16h36.

São Paulo – As famílias mais pobres comprometem 12% da renda com a compra de remédios. O gasto médio mensal com medicamentos chega a R$ 6,55 por pessoa. Entre as famílias mais ricas, o gasto médio per capita é de R$ 59,62, que representam apenas 1,7% da renda e nove vezes mais do que o das famílias mais pobres.

Esses são alguns dos resultados de um estudo, divulgado hoje (16) em São Paulo, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa trata dos programas de assistência farmacêutica do governo federal, analisa a evolução recente das compras diretas de medicamentos e mede a eficiência do sistema.

Segundo comunicado do Ipea, o consumo por pessoa de remédios comprados na rede privada diminuiu de 11,24 para 9,24 unidades entre 1990 e 2009, uma redução de 19,9%.

O estudo mostra ainda que, do total da população mais pobre, 64,3% tiveram acesso ao medicamento gratuito fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto entre a população mais rica, o percentual é de apenas 15,9%.

Entre 2005 e 2008, a despesa do governo com a compra de medicamentos atingiu R$ 2,3 bilhões por ano. As aquisições de remédios feitas por outros órgãos federais, como hospitais militares e universitários, aumentaram de 6,6% para 12%.

Na avaliação do técnico do Ipea Luís Carlos Magalhães, os resultados mostram que as compras diretas do governo têm tido ganhos de eficiência, garantindo o fornecimento de remédios para mais pessoas com gasto menor. “Dessa forma, pode-se pensar que essa população está tendo melhor cobertura no acesso aos medicamentos, que são um bem completamente vital. Os programas de assistência farmacêutica têm conseguido suprir a incapacidade das populações de baixa renda de ter acesso a medicamentos via mercado privado”.

Magalhães ressaltou que esse aumento das compras assegura o abastecimento para quem não tem condições de comprar os remédios nas farmácias e drogarias porque, “mesmo com os programas de [medicamentos] genéricos, os custos podem ser muito altos para uma família que tem renda per capita de R$ 50 a R$ 70 por mês”.

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