Fuvest teve questões de nível médio e redação fácil
Mais de 27 mil estudantes responderam a dez questões de Língua Portuguesa, além da redação
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 05h51.
São Paulo - Ao contrário do ano passado, o tema da redação do vestibular da Fuvest , que dá acesso à Universidade de São Paulo ( USP ), não surpreendeu aos professores e foi considerada fácil por estudantes que deixaram a prova na tarde deste domingo, 4, na capital paulista.
Os alunos tiveram de dissertar sobre o fenômeno da "camarotização" da sociedade brasileira, fazendo uma análise sobre a segregação das classes sociais.
Para tratar do tema, foram citados os exemplos de camarotes em estádios, shows e baladas. "Em 2014, o tema de seguridade social e envelhecimento da população causou grandes surpresas, o que não ocorreu este ano", afirmou Andréa Lanzara, professora de redação do Cursinho da Poli. Este domingo foi o primeiro dia da fase final do vestibular da Fuvest.
Mais de 27 mil estudantes responderam a dez questões de Língua Portuguesa, além da redação.
"Achei fácil porque quem acompanha revistas e jornais lê sobre desigualdade social e segregação", explicou Eric Finch, de 22 anos, que tenta ingressar em Economia,
"Achei previsível o tema. Não foi nada fora do normal como a proposta do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio, que tratou de publicidade infantil)", disse João Pedro Ferreira, de 17 anos, que quer cursar Física.
Apesar de o tema parecer simples, os professores alertam que foi fácil cair nos clichês. "Foi um tema bem delimitado, dentro de uma programática que é das mais comentadas, a desigualdade social. Quando é um tema muito próximo ao aluno, ele acha que sabe muito, e usa termos como capitalismo selvagem", argumenta Célio Tasinafo, da Oficina do Estudante.
"Não era para dissertar sobre desigualdade social, mas sobre a camarotização e segregação espacial. Se ele ficou na coletânea, atento ao tema, ele se saiu bem. Se ele bancou o repentista, se danou".
Heric José Palos, do Etapa, concorda: "O tema é recorrente, ao qual estamos sujeitos cotidianamente, mas pode se tornar perigoso. É preciso ter uma argumentação sólida, porque senão o estudante cai no chavão, no lugar comum. O tema é banal mas o que está em jogo não é o que se fala, é como se fala".
Português
As questões de Língua Portuguesa foram consideradas de nível médio pelos professores dos cursinhos. "As questões de interpretação de texto, gramática e semântica estavam em um nível mais fácil e questões ligadas à Literatura tiveram um nível bem maior de profundidade", argumenta Nelson Dutra, do Objetivo.
A pergunta considerada mais difícil pedia para relacionar os livros "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, e "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, às correntes de pensamento filosófico e científico da época. As provas da Fuvest, com questões abertas de todas as disciplinas, vão até terça-feira.
São Paulo - Ao contrário do ano passado, o tema da redação do vestibular da Fuvest , que dá acesso à Universidade de São Paulo ( USP ), não surpreendeu aos professores e foi considerada fácil por estudantes que deixaram a prova na tarde deste domingo, 4, na capital paulista.
Os alunos tiveram de dissertar sobre o fenômeno da "camarotização" da sociedade brasileira, fazendo uma análise sobre a segregação das classes sociais.
Para tratar do tema, foram citados os exemplos de camarotes em estádios, shows e baladas. "Em 2014, o tema de seguridade social e envelhecimento da população causou grandes surpresas, o que não ocorreu este ano", afirmou Andréa Lanzara, professora de redação do Cursinho da Poli. Este domingo foi o primeiro dia da fase final do vestibular da Fuvest.
Mais de 27 mil estudantes responderam a dez questões de Língua Portuguesa, além da redação.
"Achei fácil porque quem acompanha revistas e jornais lê sobre desigualdade social e segregação", explicou Eric Finch, de 22 anos, que tenta ingressar em Economia,
"Achei previsível o tema. Não foi nada fora do normal como a proposta do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio, que tratou de publicidade infantil)", disse João Pedro Ferreira, de 17 anos, que quer cursar Física.
Apesar de o tema parecer simples, os professores alertam que foi fácil cair nos clichês. "Foi um tema bem delimitado, dentro de uma programática que é das mais comentadas, a desigualdade social. Quando é um tema muito próximo ao aluno, ele acha que sabe muito, e usa termos como capitalismo selvagem", argumenta Célio Tasinafo, da Oficina do Estudante.
"Não era para dissertar sobre desigualdade social, mas sobre a camarotização e segregação espacial. Se ele ficou na coletânea, atento ao tema, ele se saiu bem. Se ele bancou o repentista, se danou".
Heric José Palos, do Etapa, concorda: "O tema é recorrente, ao qual estamos sujeitos cotidianamente, mas pode se tornar perigoso. É preciso ter uma argumentação sólida, porque senão o estudante cai no chavão, no lugar comum. O tema é banal mas o que está em jogo não é o que se fala, é como se fala".
Português
As questões de Língua Portuguesa foram consideradas de nível médio pelos professores dos cursinhos. "As questões de interpretação de texto, gramática e semântica estavam em um nível mais fácil e questões ligadas à Literatura tiveram um nível bem maior de profundidade", argumenta Nelson Dutra, do Objetivo.
A pergunta considerada mais difícil pedia para relacionar os livros "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, e "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, às correntes de pensamento filosófico e científico da época. As provas da Fuvest, com questões abertas de todas as disciplinas, vão até terça-feira.