Futuro secretário de Doria quer fazer "overbooking da saúde"
Wilson Pollara pretende, por exemplo, convocar mais de um paciente para o mesmo agendamento, numa espécie de overbooking da saúde
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de outubro de 2016 às 16h17.
Última atualização em 27 de outubro de 2016 às 16h19.
São Paulo - Anunciado como futuro secretário municipal da Saúde de São Paulo , o médico Wilson Pollara disse nesta quinta-feira, 27, que, quando assumir, pretende adotar novas estratégias para reduzir o tempo de espera por exames na cidade.
O médico pretende, por exemplo, convocar mais de um paciente para o mesmo agendamento, numa espécie de overbooking da saúde.
A convocação dupla, segundo Pollara, ajudaria a reduzir o absenteísmo, que estaria na casa dos 30%. O futuro secretário afirmou que a rede estará preparada para atender dois usuários no mesmo horário, caso não haja falta.
Outra possível mudança em estudo diz respeito à Rede Hora Certa, criada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
A futura gestão estuda usar as unidades como Poupatempo da Saúde, onde seria possível ao usuário resolver problemas mais simples, como dúvidas a respeito do uso de medicamentos e até realização de exames de sangue.
Drogas
Pollara ainda defende uma integração dos programas do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para o atendimento a dependentes de crack.
Durante a campanha, o então candidato João Doria prometeu acabar com o programa Braços Abertos, de Haddad, e implantar na cidade o Recomeço, desenvolvido pelo governo do Estado.
O projeto atual da Prefeitura trabalha com o resgate de usuários de crack a partir do trabalho remunerado. Já o Recomeço propõe a internação de dependentes.
"Vamos tentar integrar os dois programas, o Recomeço com o Braços Abertos, logicamente vamos ver o que tem de melhor em cada um", disse o futuro secretário de Doria após ser anunciado para a pasta.
Ele considera os dois programas como "exitosos" e falou que, quando assumir, a equipe vai levantar dados para ver o que mantém e o que retira do programa.
"Vamos juntar os dois (programas). Obviamente não é totalmente dispensável (o Braços Abertos)", disse o futuro secretário, que foi um dos responsáveis por implantar o Recomeço na gestão Alckmin. Pollara ocupa atualmente o cargo de secretário-adjunto de Saúde no governo do Estado.
O futuro secretário de Doria afirmou que a política de remuneração a dependentes precisa ser reavaliada através de dados.
"Se esse dinheiro realmente ajudou a pessoa, não vai ter problema nenhum. Se está sendo usado para comprar drogas, temos que avaliar isso através de algum indicador", comentou.