Pousada Nova Estância: não há mais nada no lugar da pousada, a não ser lama e restos de árvores destruídas (Booking/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 10h25.
Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 10h27.
Brumadinho — Cristina, Crioula, Jussara, Laís, Robinho, Camila, Heitor, Pâmela, Reinaldo. Esses nomes estão no centro de comentários e preocupações dos moradores de Córrego do Feijão, localidade mais atingida pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho.
Todos trabalhavam na Pousada Fazenda Nova Estância e estão desaparecidos desde que a enxurrada de lama a varreu do local.
No domingo (27), o ambiente era de consternação com o desaparecimento dos amigos, muito conhecidos e queridos no lugarejo. Em relação aos hóspedes, não havia nenhuma informação - nem mesmo nomes.
"Não era horário em que a pousada estivesse cheia", informou Núbia Maia, que já trabalhou na pousada. Ela explicou que a hora em que chegou a enxurrada de lama era a mesma em que a maioria dos hóspedes está fora, em passeios, ou fazendo seu check-in ou check-out.
Assim , é possível que muita gente não estivesse lá quando ocorreu a tragédia.
Não há mais nada no lugar da pousada, a não ser lama e restos de árvores destruídas. Por causa do lamaçal, só foi possível chegar a cerca de mil metros do ponto onde ficava a sede da Nova Estância.
O cenário de destruição contrasta com imagens do local anteriores à tragédia, disponíveis na internet. São fotos da piscina, do lago, das suítes, do restaurante, de lojas.
O site da fazenda informa que havia 15 quartos, com ar condicionado. Também oferecia aos hóspedes assistência para excursões e ingressos. Era comum que hóspedes a usassem como base para visitar o museu de Inhotim.
Nas imediações, a aparência é de cidade-fantasma. Mesmo casas que não foram atingidas pela lama estão vazias. Animais — cães, cavalos, galinhas — estão soltos.
Funcionários da Cemig trabalhavam para restabelecer uma linha de transmissão de energia derrubada pela torrente de rejeitos.