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Funaro aponta Geddel, Cunha e Yunes como operadores de Temer

A delação do corretor corrobora com relatório da Polícia Federal que concluiu pela existência de um "quadrilhão do PMDB"

Funaro: o delator diz que não conhecia o homem da mala dos R$ 500 mil, Rodrigo Rocha Loures (Alexandre Schneider/VEJA)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 16h40.

São Paulo - O corretor Lúcio Funaro confessou, em delação premiada, ser o "grande arrecadador de propina do PMDB" e alegou ter conhecimento de que Michel Temer tem "operadores em diversas áreas".

Nos anexos de sua colaboração, já homologada pelo Supremo, ele aponta o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-assessor do peemedebista José Yunes como os tais operadores do presidente.

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A delação de Lúcio Funaro corrobora com relatório da Polícia Federal que concluiu pela existência de um "quadrilhão do PMDB".

A corporação coloca o presidente em papel central em supostos esquemas de corrupção do partido no âmbito da administração pública.

No documento, a PF atribui vantagens indevidas de R$ 31,5 milhões a Temer e aponta Geddel (PMDB-BA) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como 'longa manus' das negociatas.

Funaro relata que "observou com o tempo que em cada área de atuação Michel Temer tinha um operador específico para minimizar o risco de exposição de suas condutas ilícitas".

O delator envolve Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em suposta arrecadação para a campanha de Gabriel Chalita em 2012, da qual teria participado.

Segundo Funaro, R$ 20 milhões que teriam sido desviados do FI-FGTS teriam abastecido a candidatura do então peemedebista à Prefeitura de São Paulo, em 2012, a pedido do então vice-presidente Michel Temer.

Já Yunes e Geddel estariam envolvidos em remessa de valores de propinas da Odebrecht. Funaro confessou ter operacionalizado todos estes repasses.

Funaro ainda diz que não conhecia o homem da mala dos R$ 500 mil, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer, "mas que esse era o operador" do presidente, "junto ao Grupo JBS, depois que Geddel deixou de ser ministro".

Preso na Cui Bono, o ex-ministro seria "forte arrecadador de doações e propinas" ao lado de Funaro, como admite o delator.

Defesas

A reportagem procurou o Palácio do Planalto, que ainda não se manifestou. A defesa de Geddel disse que não se manifestaria, pois não teve acesso aos anexos.

Em nota, José Yunes afirmou:

"Lúcio Funaro, apresentou várias versões sobre esse fato e mais uma vez faltou com a verdade. José Yunes, advogado com mais de 50 anos de militância profissional e com uma reputação ilibada, tão logo tomou conhecimento dos fatos procurou a PGR e elucidou os acontecimentos. Lúcio Funaro jamais recebeu de José Yunes qualquer valor. Ele esteve no escritório de Yunes, entregou um envelope e deixou o local. É importante registrar, que José Yunes além de não conhecer Funaro, não tinha conhecimento do que continha o envelope. Essa é a verdade dos fatos."

A defesa de Eduardo Cunha afirmou que "enquanto não for levantado o sigilo, não comentará os supostos termos de delação".

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