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Funai quer acabar com conflito de fazendeiros e índios em MS

No último sábado, um grupo com cerca de 15 guaranis foi agredido na região da cidade de Iguatemi

O líder indígena kayapó, cacique Akiaboro Kayapó, disse que, só este ano, 16 índios foram mortos nos confrontos com os fazendeiros de Mato Grosso do Sul (Fernando Frazão/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2015 às 20h54.

Rio de Janeiro - Por causa do conflito fundiário entre índios guarani-kaiowá e fazendeiros em Mato Grosso do Sul , o Ministério da Justiça pode reforçar a presença da Polícia Federal e da Força Nacional no estado.

A informação é do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, que participou hoje (21) de evento no Museu do Índio, no Rio de Janeiro.

De acordo com Gonçalves da Costa, é mais difícil ampliar a presença do Exército, porque isso depende de decisão da Presidência da República, enquanto que a Polícia Federal e a Força Nacional são subordinadas ao Ministério da Justiça, assim como a Funai.

“A Funai não aceita esse tipo de agressão aos povos Terena e Guarani, queremos repudiar essa atitude, que é um caso de polícia. Então, temos que ampliar [a presença das forças de segurança], porque o Exército está em um território apenas de fronteira. Queremos repelir esses ataques, repudiar essa violência contra o povo guarani. A nossa iniciativa é no sentido de coibir a violência, de coibir essas agressões. A Polícia Federal está atuando, a Força Nacional também, o Exército está em uma localidade da fronteira com o Paraguai”.

Gonçalves da Costa confirmou que no último sábado, por volta das 5h, um grupo com cerca de 15 guaranis, inclusive jovens e crianças, foi agredido na região da cidade de Iguatemi, próximo à fronteira com o Paraguai e à divisa com o Paraná.

“Eles foram esmurrados, amarrados e levados para a margem de um rio. A equipe da Funai foi para lá, passou o final de semana junto, providenciou o exame de corpo de delito, denunciamos na polícia estadual e [reforçamos] a presença da Polícia Federal nas vicinais, nas estradas ali, para evitar o confronto”.

O líder indígena Akiaboro Kayapó, de Moikaraku, no Pará, afirmou que só este ano, 16 índios foram mortos nos confrontos com os fazendeiros de Mato Grosso do Sul.

“É por isso que eu estou anunciando para todos, na frente das autoridades, para cobrar o Brasil, cobrar os juízes e cobrar os brasileiros, para respeitar nossos parentes. Os parentes morreram nas mãos dos fazendeiros, mataram eles, massacraram, uma coisa triste. Eles saem para caçar e os fazendeiros cercam e matam eles. Cadê a justiça do Brasil?”, questiona.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participou de uma reunião em Campo Grande, no começo do mês, para mediar o conflito, e disse que o governo federal vai atuar nas negociações. Segundo Gonçalves da Costra, "está sendo aberta uma mesa de negociações para definir terras indígenas a fim de evitar confrontos”, informou Costa.

Segundo o presidente da Funai, os estudos para as demarcações das terras indígenas vão continuar, e já foram reativados grupos de trabalho que estão indo a campo fazer o levantamento das áreas.

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Rio de Janeiro - Por causa do conflito fundiário entre índios guarani-kaiowá e fazendeiros em Mato Grosso do Sul , o Ministério da Justiça pode reforçar a presença da Polícia Federal e da Força Nacional no estado.

A informação é do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, que participou hoje (21) de evento no Museu do Índio, no Rio de Janeiro.

De acordo com Gonçalves da Costa, é mais difícil ampliar a presença do Exército, porque isso depende de decisão da Presidência da República, enquanto que a Polícia Federal e a Força Nacional são subordinadas ao Ministério da Justiça, assim como a Funai.

“A Funai não aceita esse tipo de agressão aos povos Terena e Guarani, queremos repudiar essa atitude, que é um caso de polícia. Então, temos que ampliar [a presença das forças de segurança], porque o Exército está em um território apenas de fronteira. Queremos repelir esses ataques, repudiar essa violência contra o povo guarani. A nossa iniciativa é no sentido de coibir a violência, de coibir essas agressões. A Polícia Federal está atuando, a Força Nacional também, o Exército está em uma localidade da fronteira com o Paraguai”.

Gonçalves da Costa confirmou que no último sábado, por volta das 5h, um grupo com cerca de 15 guaranis, inclusive jovens e crianças, foi agredido na região da cidade de Iguatemi, próximo à fronteira com o Paraguai e à divisa com o Paraná.

“Eles foram esmurrados, amarrados e levados para a margem de um rio. A equipe da Funai foi para lá, passou o final de semana junto, providenciou o exame de corpo de delito, denunciamos na polícia estadual e [reforçamos] a presença da Polícia Federal nas vicinais, nas estradas ali, para evitar o confronto”.

O líder indígena Akiaboro Kayapó, de Moikaraku, no Pará, afirmou que só este ano, 16 índios foram mortos nos confrontos com os fazendeiros de Mato Grosso do Sul.

“É por isso que eu estou anunciando para todos, na frente das autoridades, para cobrar o Brasil, cobrar os juízes e cobrar os brasileiros, para respeitar nossos parentes. Os parentes morreram nas mãos dos fazendeiros, mataram eles, massacraram, uma coisa triste. Eles saem para caçar e os fazendeiros cercam e matam eles. Cadê a justiça do Brasil?”, questiona.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participou de uma reunião em Campo Grande, no começo do mês, para mediar o conflito, e disse que o governo federal vai atuar nas negociações. Segundo Gonçalves da Costra, "está sendo aberta uma mesa de negociações para definir terras indígenas a fim de evitar confrontos”, informou Costa.

Segundo o presidente da Funai, os estudos para as demarcações das terras indígenas vão continuar, e já foram reativados grupos de trabalho que estão indo a campo fazer o levantamento das áreas.

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