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Fronteira entre Brasil e Venezuela é reaberta parcialmente

Maduro decidiu fechar a fronteira entre Venezuela e Brasil em 13 de dezembro para combater o contrabando de cédulas nacionais

Divisa: alguns brasileiros que estavam com seus veículos na Venezuela enfrentaram problemas para voltar ao Brasil (Diego Delso/Wikimedia Commons)

Divisa: alguns brasileiros que estavam com seus veículos na Venezuela enfrentaram problemas para voltar ao Brasil (Diego Delso/Wikimedia Commons)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 13h09.

A fronteira entre Brasil e Venezuela, que está fechada por determinação do presidente Nicolas Maduro desde 13 de dezembro, foi parcialmente reaberta na volta do feriado de Ano-Novo.

Os setores de importação e exportação já estão reativados e o posto de combustível internacional de Santa Elena de Uiaren, na Venezuela, também foi reaberto hoje (03) logo cedo.

O fechamento do posto internacional gerou forte reação nas redes sociais, pois é o único que abastece Pacaraima, principal cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela.

Sem gasolina, o comércio e o trânsito de Pacaraima ficaram praticamente paralisados. Agentes policiais brasileiros que trabalham na região ameaçaram fechar a fronteira do lado brasileiro como retaliação para acessar o posto.

Segundo Verónica Caro, secretária extraordinária de Relações Internacionais do governo de Roraima, que tem mantido contato permanente com as autoridades venezuelanas, há expectativa de que o presidente Venezuelano, Nicolas Maduro, se manifeste ainda hoje ou até amanhã (04) sobre a possibilidade de reabertura da fronteira. "70% da fronteira já está aberta. Mas, a abertura total só depende de anúncio do presidente. Temos que aguardar", afirmou Verónica.

Maduro decidiu fechar a fronteira entre Venezuela e Brasil em 13 de dezembro. Segundo o decreto, o fechamento, inicialmente previsto para durar 72 horas, foi necessário para combater o contrabando de cédulas nacionais por máfias dos dois países. Desde então, o trânsito está livre apenas para pedestres e veículos que transportam alimentos.

Uma venezuelana que trabalha em um banco na cidade de Santa Elena de Uairen e não quer se identificar disse à Agência Brasil que muitos comerciantes tem pago propina para militares venezuelanos para conseguir atravessar de carro ou moto.

"Os brasileiros estão revoltados porque autoridades da Venezuela, como policiais, por exemplo, vão de carro e de moto. E os brasileiros só podem passar andando. Mas, se pagar, passam de carro", relata.

Alguns brasileiros, turistas ou trabalhadores, que estavam com seus veículos na Venezuela enfrentaram problemas para voltar ao Brasil. Segundo Verónica Caro, mais de 200 brasileiros receberam algum tipo de assistência da secretaria para conseguir entrar na Venezuela ou voltar para o Brasil.

Para trazer os veículos de volta, os brasileiros tiveram que solicitar autorização junto ao Comando do Exército - Fuerte Roraima. No momento, não há nenhum brasileiro ou veículo aguardando liberação para atravessar a fronteira.

Imigrantes

A decisão do fechamento da fronteira acabou reduzindo o fluxo de imigrantes venezuelanos que tem entrado no Brasil para fugir da crise político-econômica da Venezuela.

Nos últimos dois anos, cerca de 30 mil venezuelanos se mudaram para o estado de Roraima. Só em Boa Vista estima-se que vivam de 5 mil a 10 mil venezuelanos, número que pode ser maior, pois muitos entram no país sem registro.

Uma semana antes do fechamento da fronteira, o governo de Roraima havia decretado estado de emergência em saúde pública nos municípios de Pacaraima e Boa Vista e a Polícia Federal havia deportado 450 venezuelanos em situação irregular no Brasil.

Com o agravamento da situação em Roraima, muitos migrantes venezuelanos estão optando por seguir para Manaus.

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