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Freixo divulga carta-compromisso para "romper com o medo"

O candidato refutou comparações com a "carta aos brasileiros", assinada pelo ex-presidente Lula às vésperas do segundo turno de 2002

Freixo: "não é nem carta que a gente está chamando, mas de um compromisso. O nosso compromisso é o nosso programa", disse (Facebook Marcelo Freixo/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 15h37.

Rio - O candidato à prefeitura do Rio , Marcelo Freixo (PSOL), divulgou na manhã desta segunda-feira, 24, carta-compromisso com sete pontos.

No documento, ele promete montar secretariado técnico e o trabalhar pelo equilíbrio do orçamento municipal. O candidato refutou comparações com a "carta aos brasileiros", assinada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às vésperas do segundo turno de 2002.

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"Não é nem carta que a gente está chamando, mas de um compromisso. O nosso compromisso é o nosso programa. Não há adaptação, não há flexibilização do programa. Então, não há qualquer paralelo com o que foi feito pelo Lula, por isso a gente nem sequer chama de carta", afirmou Freixo.

O documento será detalhado nesta terça-feira, 25, em lançamento oficial, num encontro com empresários.

"A gente quer que as pessoas conheçam melhor o programa e rompam um pouco com o medo. Sempre existe o medo do novo. Os pontos principais é que o nosso secretariado será técnico. Nenhum será indicação de partido político. Também o compromisso de dialogar com o governo federal e governo estadual. O prefeito eleito tem obrigação de defender a cidade em todas as esferas. Vamos honrar os contratos todos que forem legais e estiverem corretos. E vamos, evidentemente, garantir transparência para que tenha mais eficiência a administração pública", afirmou.

Freixo comentou ainda o episódio em que agrediu um fotógrafo, em 2006. O caso, publicado pelo jornal O Fluminense, naquele ano, foi relembrado domingo, 23, pelo blog Jornal Livre, sob o título "A matéria que Freixo estaria escondendo há 10 anos", numa paródia à chamada de capa da revista Veja, "A foto que Crivella esconde há 26 anos", sobre a detenção do senador, acusado de invasão de domicílio.

"Ao contrário do meu adversário, não escondo nada do meu passado. Meu irmão foi brutalmente assassinado, deixou duas crianças, e havia um pedido da minha mãe de que ele não fosse fotografado no caixão. Esse fotógrafo entrou na capela, fotografou meu irmão, contrariando pedido da família; coisa que nenhum outro repórter fez. Era um desejo da minha mãe, que estava enterrando um filho, um momento muito delicado. Ele foi retirado sem nenhuma violência. Quando a gente fecha o caixão, o momento mais doloroso para quem perde um familiar, e sai com o caixão, ele mais uma vez vem e fotografa de perto o caixão com a minha mãe. Eu errei, evidentemente. Uma agressão que não se justificativa. Eu o empurrei, dei um chute nele, mas tinha um contexto que era o enterro do meu irmão e o desrespeito profundo desse profissional com a minha mãe", afirmou Freixo.

Em seu perfil no Facebook, o fotógrafo Bruno Lima diz que fazia as imagens à distância.

"Diferente de tudo que tinha visto até então, quando apontei a câmera para a frente, vi alguém largando o caixão e correndo até mim. Não deu tempo de processar o que estava acontecendo. Só deu tempo de me abaixar, tentando proteger o meu equipamento e receber socos e chutes de alguém, que vim a descobrir que era o próprio Marcelo Freixo. Por mais que houvesse a dor da perda, nunca imaginaria que pagaria o pato pela perda do irmão. Pareceu que ele estava querendo descontar tudo em mim. Fui agredido covardemente. Mesmo tentando proteger o meu equipamento, meu ganha pão, ele conseguiu quebrar o flash", escreveu.

Veja a carta na íntegra:

Não é simples mudar. Toda mudança é complexa e trabalhosa. Especialmente quando envolve o enfrentamento da desigualdade e de interesses poderosos. Por muito tempo, nós nos acostumamos com os contrastes do Rio de Janeiro e com a incapacidade do poder público de resolvê-los.

Este compromisso é também um desafio e um convite.

Um acordo firmado com todos os cariocas que, como nós, desejam a mudança. Mudança com coragem, dedicação e responsabilidade.

Eu, Marcelo Ribeiro Freixo, comprometo-me a, caso eleito prefeito do Rio de Janeiro no pleito de 2016:

  1. Montar um secretariado inteiramente formado por técnicos com comprovado conhecimento. Integrado, de forma equilibrada, por mulheres e homens. Nenhum secretário será nomeado por indicação de partido político.
  2. Ter como prioridade a redução do custo de vida e a melhoria dos serviços públicos.
  3. Garantir o equilíbrio do orçamento municipal, aumentando investimentos com a redução de gastos com custeio e cargos comissionados.
  4. Revisar e tornar públicos todos os contratos da Prefeitura.
  5. Respeitar os contratos em situação regular. E investigar o que estiver sob suspeita.
  6. Atuar de forma ética e equilibrada junto ao setor privado, garantindo a independência da Prefeitura e o crescimento econômico.
  7. Dialogar com o governo estadual, a União e a Câmara de Vereadores, priorizando os interesses da população do Rio de Janeiro.
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