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Forças Armadas restauraram a ordem no RN, diz Jungmann

Desde o início da paralisação, no dia 19 de dezembro, até a manhã de domingo (31), 94 mortes violentas haviam sido registradas no estado

O ministro da Defesa do Brasil, Raul Jungmann (Ueslei Marcelino/Reuters)

O ministro da Defesa do Brasil, Raul Jungmann (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 1 de janeiro de 2018 às 18h50.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2018 às 11h46.

Durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (1°), em Natal, no Rio Grande do Norte, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, fez um balanço da atuação das Forças Armadas no estado nos últimos três dias e disse que o quadro de violência que aterrorizou a população potiguar nas últimas semanas, desde o início da greve de policias militares, civis e bombeiros, está sob controle.

"Todos os indicadores, seja de morte, roubo, assalto, seja o que for, todos caíram verticalmente. Ou seja, o que nós prometemos ao povo do Rio Grande do Norte, nós entregamos", disse Jungmann.

Desde o início da paralisação, no dia 19 de dezembro, até a manhã de domingo (31), 94 mortes violentas haviam sido registradas no estado, a maioria na região metropolitana de Natal e Mossoró. Somente na última sexta-feira (29), antes do início da Operação Potiguar III, das Forças Armadas, 18 mortes foram contabilizadas.

No dia 30, já com os militares na rua, o número caiu para 11. No dia 31, foram duas mortes. E após quase duas semanas registrando recordes nos índices de violência, o Rio Grande do Norte teve uma noite de réveillon considerada tranquila.

Na madrugada desta segunda-feira, uma morte foi registrada. "Se existiam qualquer dúvidas sobre o desempenho e a capacidade do comprometimento das Forças Armadas, aqui está um retrato. […] Ontem na praia, havia milhares de pessoas participando da festa. Aquela quantidade [de gente] foi às ruas porque se sentia segura. É um evento de proporções enormes, permeado pelo consumo de bebidas, de fato, e considerando as dezenas de milhares de pessoas que participaram do ano novo, o resultado foi de fato excelente", avaliou o ministro.

O chefe do Estado Maior das Operações Guararapes, chamada de Potiguar III, tenente coronel Igor Pasinato, informou que 2,8 mil homens do Exército, Marinha e Força Aérea de fora do Rio Grande do Norte estão atuando no estado em um sistema de rodízio nos últimos três dias. Foram realizadas cerca de 380 ações, como patrulhamentos, rondas e proteção de eventos no período. Na noite da virada do ano, havia entre 90 e 100 viaturas com militares nas ruas.

Greve

Durante a entrevista, o ministro da Defesa fez um apelo aos policiais potiguares para que retornem ao trabalho, apesar de reconhecer as dificuldades que estão enfrentando. Policiais militares, civis e do Corpo de Bombeiros estão em greve desde o dia 19 de dezembro pelo recebimento de salários atrasados de novembro, dezembro e o décimo terceiro, e pela melhoria das condições de trabalho.

A pedido do governo do estado, as Forças Armadas foram enviadas ao RN para controlar a escalada de violência registrada desde o início da paralisação.

Ontem (31), o desembargador Claudio Santos, do Plantão Judicial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, determinou que policiais militares, civis e do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte que incentivarem a continuidade da paralisação dos serviços de segurança pública no estado poderão ser presos.

No sábado (30), uma decisão judicial autorizou o governo estadual a usar R$ 225 milhões recebidos do Fundo da Saúde, entre outros recursos, para quitar os salários atrasados dos agentes.

O ministro destacou que apesar do sucesso da atuação das Forças Armadas, essa é uma situação "extraordinária que não pode perdurar", e que cabe ao governo estadual resolver a situação e garantir a segurança pública.

"As Forças Armadas não podem ficar permanentemente nem aqui e nem em nenhum outro estado, primeiro porque a Constituição não permite, existe um prazo em que podemos permanecer em função de situações extraordinárias. Em segundo lugar, o custo é muito elevado. Nós sabemos que existem outros custos, sem sombra de dúvidas, mas essa é uma atribuição do estado do Rio Grande do Norte e compete ao estado restaurar de forma permanente e de acordo com suas atribuições constitucionais a segurança devida as potiguares", disse o ministro

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