O ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim: "todo movimento como este, como a libertação de um soldado israelense, é um bom presságio para o futuro" (Miguel Medina/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2012 às 13h37.
Rio de Janeiro - As Forças Armadas estão prontas para atuar na segurança de grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, caso sejam demandadas pela presidente Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira o ministro da Defesa, Celso Amorim.
"Não estamos reivindicando nada à presidenta, mas se for necessário (estaremos prontos) e alguma função seguramente haverá", declarou ele a jornalistas em evento na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). "Qual será o papel que vamos desempenhar a presidenta é que vai definir", complementou Amorim.
Desde a adesão da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal a greve nacional de servidores federais, surgiram rumores de insatisfação do Palácio do Planalto com as duas categorias.
Emergiu também o temor de que as duas categorias poderiam parar durante os eventos como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada, quando estarão no país atletas, dirigentes e turistas de todo o mundo.
Um uso maior das Forças Armadas passou a ser cogitado nesses eventos. "Não queremos, nós da Defesa, tomar a função de ninguém. Entendemos perfeitamente qual a função que tem que ser desempenhada pelas forças de segurança, sejam elas estaduais ou não", disse Amorim.
"Agora, se a juízo da presidente da República, as Forças Armadas deverem ser acionadas, seja num papel supletivo ou principal... nós estaremos presentes e ajudaremos", acrescentou o ministro.
Ao ser questionado diretamente sobre a insatisfação do Palácio do Planalto com a greve das Polícias Federal e Rodoviária, Amorim despistou. "Seremos uma Força com a robustez necessária para atender a necessidade do evento e, sempre em coordenação com outras forças como sempre foi", afirmou.
"Não posso fazer o julgamento (sobre a greve) . Quem tem que fazer é a presidenta, que tem a visão de conjunto e não sei se o julgamento foi feito. Nos eventos que estivermos envolvidos temos trabalhado em excelente coordenação com a Polícia Federal", complementou.
Em palestra na Firjan para um grupo de empresários e militares --como os comandantes da Aeronáutica, Juniti Saito, e do Exercito, Enzo Peri-- Amorim revelou que o governo está finalizando a regulamentação da lei que dá tratamento diferenciado aos fabricantes nacionais para a produção de equipamentos militares que serão comprados pelas Forças Armadas brasileiras.
"Creio que em meados de setembro a lei estará regulamentada", afirmou o ministro.
Amorim acrescentou que as correções na lei sobre o regime tributário especial para os fabricantes nacionais de material de defesa também estão sendo feitas pelo governo e que "já houve um bom entendimento com o Ministério da Fazenda".
"Setembro sai a regulamentação; o aspecto pouco claro da lei sobre a vantagem efetiva à industria nacional deverá ser corrigida por uma outra medida provisória", finalizou.