Fiocruz segue sem data para início de produção da vacina no Brasil
Na semana passada, diversas reuniões entre o governo brasileiro e o embaixador chinês no Brasil foram realizadas para adiantar o processo de liberação de insumos
Gilson Garrett Jr
Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 16h57.
Última atualização em 27 de janeiro de 2021 às 17h50.
A Fiocruz ainda não sabe quando vai receber o insumo para iniciar a produção da vacina contra a covid-19 no Brasil. De acordo com a entidade, o atraso terá impacto no cronograma de produção da vacina, que tinha previsão inicial de liberar os primeiros lotes ao Ministério da Saúde entre os dias 8 e 12 de fevereiro.
Cerca de 7,5 milhões de litros do chamado Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) estão prontos para o embarque na China, e só aguardam a liberação do governo chinês.
Na semana passada, diversas reuniões entre o governo brasileiro e o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, foram realizadas para adiantar o processo de liberação, que contemplava também o envio de matéria-prima ao Instituto Butantan. O instituto paulista vai começar a receber o primeiro carregamento na semana que vem.
Segundo a Fiocruz, todas as instalações estão prontas para iniciar a produção, mas ainda depende da chegada do IFA. No acordo com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford, está previsto o envio de 14 lotes de 7,5 milhões de doses, com intervalo de duas semanas entre cada remessa, totalizando o fornecimento de insumo para a produção de 100,4 milhões de doses.
“Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021”, diz a fundação.
Há dez dias a Fiocruz já tinha informado que, devido ao atraso na importação do IFA, as primeiras doses da vacina contra o coronavírus só ficariam prontas para entrar no Programa Nacional de Imunizações em março.
Uma tentativa para adiantar as entregas ao Ministério da Saúde é a importação de 10 milhões de doses de vacina pronta, que se somariam às 2 milhões já entregues ao governo federal. Este novo pacote ainda está em negociação.