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Financiamento privado de campanhas deveria ser reavaliado, diz Lira

Presidente da Câmara também aprova aumento do fundo eleitoral e prevê aprovação das reformas administrativa e tributária em agosto

Arthur Lira, presidente da Câmara: reformas serão votadas em agosto (Leandro Fonseca/Exame)
CA

Carla Aranha

Publicado em 16 de julho de 2021 às 16h23.

Última atualização em 16 de julho de 2021 às 17h02.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se posicionou nesta sexta-feira, dia 16, sobre a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que vem provocando polêmica por ter estabelecido um aumento do valor previsto para o fundo eleitoral, entre outros pontos controversos. O texto estabelece que em 2022 os partidos poderão gastar 5,7 bilhões de reais em campanhas eleitorais. Nas últimas eleições, de 2018, esse valor foi de 1,8 bilhão de reais.

“A fonte desses recursos não é saúde, infraestrutura, é a emenda de bancada dos próprios parlamentares”, disse Lira em entrevista exclusiva à EXAME. “Essa questão tem que ser tratada com muita luz e clareza, já que não temos outras fontes de financiamento e sem financiamento não há democracia”.

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Lira destacou que o financiamento privado das campanhas políticas poderá ser reavaliado em algum momento. “Esse mecanismo é utilizado com sucesso no mundo todo, mas no Brasil nós passamos por uma fase de tenentismo que acontece de épocas em épocas, e esse assunto ficou marginalizado do processo”, afirmou. O projeto, no entanto, por enquanto está mais na esfera das ideias do que no campo prático. Segundo Lira, hoje a volta do mecanismo de doações de empresas para campanhas não receberia sinal verde dos parlamentares.

Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) vetou as contribuições de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais com objetivo de reduzir a influência de grandes grupos econômicos sobre as candidaturas. Até então, as empresas respondiam pela maior parte das verbas de campanha. O fundo eleitoral, criado em 2017, conta com recursos do Tesouro Nacional.

Reformas

O cronograma de votação de reformas deve ser intenso na volta do recesso parlamentar, avalia o deputado. “Na primeira semana de agosto, devemos votar a reforma tributária ”, disse. “Deixamos aí 15 dias para eventuais ajustes e correções, podendo ser aprovada Câmara no início de agosto”.

Em seguida, seria a vez da reforma administrativa, a PEC 32/20. A proposta, enviada em setembro do ano passado ao Congresso, segue em análise da comissão especial criada para debater o tema. Em maio, a medida foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Uma vez concluídos os debates na Câmara, a PEC segue para votação.

O projeto de lei de privatização dos Correios também ficou para agosto e deve entrar na fila de votações importantes da volta do recesso parlamentar. O parecer do relator, o deputado Gil Cutrim (Republicanos/MA), já está pronto. “Vamos votar o PL também em agosto”, diz Lira.

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