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Fiesp prevê alta de 3,4% no emprego industrial em 2011

Diretor do órgão defendeu a manutenção da atual taxa de juros na próxima reunião do Copom

Segunda a Fiesp, o emprego industrial em São Paulo aumentou 4,74% em 2010 (Germano Luders/EXAME)

Segunda a Fiesp, o emprego industrial em São Paulo aumentou 4,74% em 2010 (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 12h49.

O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, disse hoje que o nível de emprego da indústria paulista deve crescer 3,4% em 2011. Para fazer essa estimativa, ele considerou que o Produto Interno Bruto (PIB) vai avançar 4 6% neste ano, enquanto a indústria de transformação nacional vai registrar um crescimento de 4,7%, puxado especialmente pela construção civil, que deve ter expansão de 6,6%.

Para Francini, a previsão de desempenho do emprego da indústria paulista neste ano é positiva, já que, no ano passado, foram criados 114 mil postos de trabalho líquidos, o que representou uma alta de 4,74% - o maior índice desde 2005.

Francini destacou que as projeções são compatíveis com o bom cenário que o governo de Dilma Rousseff sinaliza, especialmente por ter uma equipe econômica mais coesa do que a anterior, especialmente na defesa de algumas propostas. "Uma delas é a redução da taxa real de juros para 2% em 2014, o que pressupõe uma gestão fiscal mais eficiente a fim de dar espaço para que o Banco Central vá gradualmente reduzindo os juros", afirmou o diretor da Fiesp.

Selic

Francini disse que não espera um aumento da Selic (a taxa básica de juros da economia) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na próxima semana. "A elevação dos juros é uma forma grosseira de reduzir o nível de atividade da economia. Há outros mecanismos que podem ser utilizados e que não causam efeitos tão ruins, inclusive com aumento da dívida pública, como a alta da Selic, que é uma verdadeira bomba arrasa quarteirão", afirmou.

Francini disse que, normalmente, seus prognósticos sobre a reunião do Copom nunca se confirmam e admitiu que sua opinião é diferente da mediana das estimativas, colhidas pela Pesquisa Focus do BC, segundo a qual a taxa deve subir 0,5 ponto porcentual na reunião da próxima semana. Francini destacou que, entre os instrumentos que podem ser utilizados pelo governo para conter a demanda agregada, há medidas que dificultam a concessão do crédito, como as que já foram adotadas recentemente pelo governo.

Francini ressaltou que é totalmente contrário ao aumento dos preços. "Tenho pavor de inflação. Desorganiza a vida econômica e estimula os pequenos a entrar no jogo junto com os grandes, um jogo no qual geralmente os pequenos perdem. É como uma corrida entre uma Ferrari e uma carroça. Portanto, é socialmente muito injusta", afirmou o diretor da Fiesp.

Segundo ele, é oportuna a ampliação do debate sobre algumas questões que influenciam a inflação. Uma delas, de acordo com Francini, é a alta dos preços dos alimentos, que vem ocorrendo nos últimos meses, motivada em parte por problemas climáticos. "O aumento da Selic vai fazer a chuva parar?", questionou.

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