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Fernando Henrique pediu a Odebrecht doações para campanha

Laudo da PF cita e-mails enviados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2010, ao empresário Marcelo Odebrecht

FHC: em mensagens, ex-presidente pede doações para dois então candidatos tucanos ao Senado (Nacho Doce/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2018 às 09h10.

São Paulo - Um laudo da Polícia Federal (PF) anexado a uma ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu na Lava Jato cita e-mails enviados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 2010, ao empresário Marcelo Odebrecht. Nas mensagens, Fernando Henrique pede doações para dois então candidatos tucanos ao Senado, Antero Paes de Barros (MT) e Flexa Ribeiro (PA).

FHC, que não é investigado na Lava Jato, afirmou que, se houve solicitações, foram "legais". "Posso ter pedido, mas era legal. Não sei se deram e não foi a troco de decisões minhas, pois eu estava fora dos governos", disse ele, que, à época, já era presidente de honra do PSDB e não ocupava cargo público. Os outros citados não foram localizados pela reportagem.

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Na troca de e-mails entre o tucano e o empreiteiro, não há citação a valores. Em um deles, FHC fala em "SOS" para campanha e envia dados bancários. "Recordando nossa conversa no jantar de outro dia, envio-lhe um SOS. O candidato ao Senado pelo PSDB, Antero Paes de Barros, ainda está em segundo lugar, porém a pressão do governismo, ancorada em muitos recursos, está fortíssima", afirma FHC a Marcelo, em mensagem no dia 13 de setembro de 2010. "Seria possível ajudá-lo?"

No mesmo dia, Marcelo responde: "Presidente, estou fora até amanhã, mas até 4ª dou uma olhada e retorno. Fique tranquilo (no que depender de nós). Depois aproveito, e lhe dou o feedback dos demais apoios e reforços que fizemos na linha do que conversamos."

Em 21 de setembro, FHC insiste pela doação. "Desculpem a insistência e nem mesmo sei se já atenderam o que lhes pedi, mas, há dois possíveis senadores que precisam atenção."

Em outra troca de e-mails, com o assunto "iFHC", do então executivo da Odebrecht André Amaro para Marcelo, são citados valores. "Em alinhamento com EO (Emílio Odebrecht) informei a Daniel que nossa contribuição será de 1,8 mi em 24 meses, conforme acertado no último encontro dos empresários no Instituto", diz Amaro.

O laudo foi produzido pela PF com autorização do juiz Sérgio Moro, que atendeu a pedido da defesa de Lula para determinar uma perícia no computador de Marcelo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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