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FHC: distritão representaria uma deformação do sistema eleitoral

O ex-presidente defendeu o começo das mudanças no modelo pelos municípios, que serviriam como um laboratório para as Assembleias Legislativas

Fernando Henrique Cardoso: "Eu acho que deveríamos começar pelos vereadores, para aprender" (Nacho Doce/Reuters)

Fernando Henrique Cardoso: "Eu acho que deveríamos começar pelos vereadores, para aprender" (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de agosto de 2017 às 16h24.

Rio - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quinta-feira, 17, no Rio, que o sistema eleitoral "está muito deformado" e que a mudança para o chamado "distritão" representaria uma "deformação maior ainda".

Fernando Henrique defendeu o começo das mudanças no modelo pelos municípios, que serviriam como um laboratório para as Assembleias Legislativas, e essas, ao Congresso.

Ele falou a empresários de diferentes setores num almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Na saída, respondeu rapidamente a perguntas sobre a reforma política e a discussão pelos deputados.

"A reforma ainda está mal parada. Tem muita confusão. Meu partido defende o voto distrital misto. Eu acho que deveríamos começar pelos vereadores, para aprender. Vê se dá certo e dá outro passo."

FHC afirmou que é contra o fundo público de financiamento de campanhas e a favor da volta do modelo anterior, em que empresas podiam contribuir.

"Tínhamos de voltar ao bom senso. Tem de baixar os custos da campanhas. Não vejo por que proibir a doação privada. Doa ao tribunal, aí o partido vai lá e leva a conta, para evitar a corrupção. Porque senão o povo vai pagar, e o povo está cansado de pagar."

Se passar o "distritão", eleitores votarão apenas em candidatos a deputado e vereador, sem a possibilidade de voto nos partidos, e deixa de haver o quociente eleitoral; assim, são lançados menos candidatos por partido, e só os mais votados se elegem.

Uma crítica ao sistema é de que candidatos mais conhecidos do eleitorado e com mais recursos acabarão sendo privilegiados, em detrimento de novatos.

Agora, para tentar cooptar apoios, parlamentares falam num modelo "distritão misto", ou "semidistritão", que combina o voto majoritário com o voto no partido.

Funcionaria assim: os eleitores poderiam escolher um candidato e um partido, e os votos nas legendas seriam distribuídos proporcionalmente aos seus candidatos.

As novas regras só valerão para o pleito de 2018 caso sejam aprovadas por deputados e senadores até o dia 7 de outubro.

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