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FGV: IPC-S deverá fechar janeiro com taxa acima de 1%

"Neste mês, o índice vai ficar alto mesmo" disse o coordenador da FGV; alta dos alimentos e da passagem de ônibus são principais causas

O segmento de Hortaliças e Legumes teve alta de 8,19% no período (Antonio Milena/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2011 às 14h57.

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, afirmou hoje que, com base nas pressões atuais observadas na inflação, o indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) deverá fechar o mês com uma taxa acima de 1% e próxima à de janeiro de 2010, quando atingiu 1,29%, a maior marca desde a terceira quadrissemana de fevereiro de 2003 (1 55%).

Em entrevista à Agência Estado, ele disse que o cenário atual está em linha com o do primeiro mês do ano passado, quando a inflação ao consumidor também refletiu impactos do reajuste de ônibus na cidade de São Paulo, do aumentos nos preços de alimentos in natura por causa das chuvas e do reajuste nas mensalidades escolares.

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"Neste mês, o índice vai ficar alto mesmo", afirmou Picchetti. "Temos este cenário de um janeiro forte, parecido com o de janeiro do ano passado, quando o mês apresentou índice muito maior do que os dos outros meses do ano", acrescentou.

Hoje, a FGV divulgou que o IPC-S da segunda quadrissemana de janeiro apresentou alta de 1,06% ante variação positiva de 0,92% da primeira quadrissemana do mesmo mês. No período, mereceram destaque o comportamento do grupo Alimentação, cuja alta foi de 1,69%, ante 1,68%; do grupo Educação, Leitura e Recreação (aumento de 2,43%, ante 1,46%) e do grupo Transportes (aumento de 1,49%, ante 0,91%).

Conforme os cálculos de Picchetti, foram itens e segmentos exatamente ligados a esses grupos que contribuíram para a maior parte da aceleração da inflação geral no período. Em Alimentação o segmento Hortaliças e Legumes saiu de uma alta de 4,55% para uma elevação de 8,19% entre a primeira e a segunda quadrissemana; em Educação, a variação positiva do segmento de Cursos Formais passou de 1,93% para 3,81%; e, em Transportes, o item Tarifa de Ônibus saiu de uma alta de 0,84% para uma elevação de 2,71%.

"A parte de Hortaliças e Legumes respondeu por 0,10 ponto porcentual da aceleração do IPC-S", destacou Picchetti, para quem os impactos das chuvas fortes do início do ano já foram captadas pelo índice da FGV. Ele informou também que a tarifa de ônibus e a parte de Cursos Formais responderam, cada uma, por 0 08 ponto porcentual do movimento do indicador.

Questionado se a taxa de inflação continuará pressionada como a de janeiro nos meses seguintes, Picchetti respondeu que é necessário observar o comportamento do IPC-S depois das saídas dos impactos dos reajustes que pressionam o indicador no mês atual. "Quando tirarmos os impactos de mensalidades escolares e do reajuste de ônibus, aí teremos uma ideia mais clara sobre o patamar de inflação que teremos no restante do ano", afirmou ele que trabalha com a previsão de uma taxa acumulada de 5,50% para o índice no final de 2011.

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