FGV: indústria prevê aumento do ritmo de produção
Quase metade dos empresários consultados acreditam que produção irá aumentar ainda em 2010
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
São Paulo - Os empresários da indústria brasileira preveem que o ritmo de produção deve aumentar até o fim do ano. A informação faz parte da Sondagem da Indústria de Transformação, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada hoje.
O indicador de produção prevista atingiu 136,6 pontos em setembro - o maior nível desde de março deste ano (137,2 pontos). Em setembro, do total de empresários consultados na sondagem, 49,3% preveem que a produção deve aumentar nos últimos meses do ano.
De acordo com o coordenador do índice, Aloísio Campelo, como o dado é calculado de forma dessazonalizada, o aumento da produção industrial não pode ser relacionado com o período de festas de final de ano. "Não é uma questão de produção de fim de ano, porque fazemos o ajuste sazonal. Trata-se do fortalecimento do indicador mesmo", afirmou.
A sondagem indica que o resultado de setembro está acima da média da produção prevista nos últimos 10 anos (123,4 pontos). É o segundo mês consecutivo de crescimento do indicador que está 7,5 pontos abaixo do recorde histórico de produção prevista de 144,1 pontos, registrado em dezembro de 2009.
Campelo destacou que a indústria desacelerou no segundo trimestre deste ano, com o fim dos incentivos fiscais, embora tenha se mantido num patamar elevado. Porém, na sondagem deste mês, já é possível ver que a indústria mostra tendência de aceleração para os próximos meses, puxada principalmente pelos segmentos de material de transporte (veículos), mecânica (linha branca e bens de capital), química (farmacêuticos) e matérias plásticas (material de construção).
De acordo com Campelo, embora o crescimento esteja relacionado a duráveis, já é possível prever que materiais de construção também terão aceleração no fim de ano, quando termina o prazo de vigência de benefícios fiscais para o setor.
Para o coordenador da sondagem, os dados sobre inadimplência da pessoa física divulgados pelo Banco Central indicam que o consumidor está diminuindo o seu nível de endividamento desde março. Na avaliação dele, isso também favorece o segmento de duráveis, principalmente os eletrodomésticos, eletroeletrônicos, linha branca e automóveis.
"A demanda está voltando ao normal e a confiança do consumidor vem subindo sistematicamente", disse Campelo. "O mercado de trabalho já estava bem e o crescimento da economia também, mas o consumidor estava endividado. Ao que tudo indica, o consumidor criou espaço no orçamento para comprar duráveis novamente."
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