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FGV: hortaliça e legume pressionam inflação pelo IPC-S

Desacaleração da alta do preço da carne impediu cresmiento mais forte do índice, acredita coordenador da FGV

O segmento de Hortaliças e Legumes teve alta de 4,55% na primeira quadrissemana de janeiro (Antonio Milena/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 14h38.

A forte alta nos preços do segmento de Hortaliças e Legumes foi a grande surpresa negativa no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de janeiro, mas um movimento de alta mais fraca no preço da carne bovina foi o fator que impediu uma aceleração ainda maior do indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no mesmo período.

A avaliação é do coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, que, em entrevista à Agência Estado, disse hoje que, se, por um lado, ainda tem dúvidas se a parte in natura continuará puxando o índice para cima, por outro, acredita que a carne continuará como fator de alívio para a inflação na sequência do mês.

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Hoje, a FGV divulgou que o IPC-S registrou taxa de 0,92% na primeira quadrissemana de janeiro ante taxa de 0,72% vista no fechamento de dezembro. No período pesquisado, a alta do grupo Alimentação foi de 1,68% contra variação positiva anterior de 1 43%. O avanço do segmento de Hortaliças e Legumes foi de 4,55% ante variação de 0,33%. A carne bovina, por sua vez, saiu de uma alta de 2,71% para um aumento menor, de 1,23%.

Fora do grupo Alimentação, o avanço do grupo Educação, Leitura e Recreação passou de 0,37% para 1,46% entre o final de dezembro e o começo de janeiro, por conta especialmente da variação na parte de Cursos Formais (de 0,00% para 1,93%). No grupo Transportes, que saiu de uma alta de 0,59% para 0,91%, o destaque ficou por conta do item Tarifa de Ônibus, que mostrou elevação de 0,84% contra variação anterior de 0,11%.

Conforme os cálculos de Picchetti, o comportamento de Hortaliças e Legumes respondeu por 0,12 ponto porcentual da aceleração de 0 20 ponto porcentual do IPC-S no período. A alta menor da carne, no entanto, gerou um alívio de 0,05 ponto porcentual neste movimento do indicador da FGV.

Para ele, apesar das chuvas fortes do verão, a tradicional volatilidade da parte in natura impede que se tenha certeza do comportamento futuro deste segmento, cujos preços costumam subir e descer com facilidade. Quanto ao preço da carne, ele destacou que, além do comportamento mais favorável já visto no IPC-S, as informações que vêm sendo divulgadas no atacado são também positivas.

"Na divulgação da primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) de janeiro, tem a boa notícia do atacado, já que o preço do boi estava subindo 0,90% em dezembro e, agora, está caindo 2,12% em janeiro. O preço da carne bovina, também no atacado, estava subindo 7,12% em dezembro, e está caindo 3,15% em janeiro", lembrou. "É uma boa notícia, pois mostra que o grande vilão de 2010 começa a dar um refresco", disse.

Mesmo com a forte taxa de 0,92% apresentada pelo IPC-S na primeira quadrissemana de janeiro, Picchetti afirmou que sua previsão inicial para o índice no fechamento do mês, de 0,80%, não está totalmente descartada, justamente pela volatilidade que tende a ser vista no grupo Alimentação por causa dos instáveis preços in natura. "É melhor esperarmos mais uma semana para termos uma ideia melhor."

Apesar deste detalhe, ele reiterou que não tem dúvidas de que a inflação registrada pelo IPC-S em janeiro ficará em um nível expressivo. "Só há uma indefinição de quão alto o número vai ser", disse. "A questão é saber se vai ser muito alto ou pouco alto", afirmou.

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