FGV: combustíveis têm maior peso na 1ª prévia do IGP-M
Inflação acelerou para 0,55% no início de abril; alta do álcool chegou a superar os 30%
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2011 às 15h25.
Rio - Os combustíveis deram as maiores contribuições para a aceleração da inflação medida pela primeira prévia de abril do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O indicador ficou em 0,55%, ante 0,48% registrado na primeira prévia de março. Este mês, o álcool variou 31,12% no atacado e 12,75% no varejo. A gasolina também teve alta mais intensa, chegando a ficar 2,20% mais cara ao consumidor, elevação superior a registrada na primeira prévia de março, de 0,39%.
Resultado dos baixos estoques no período de entressafra, há ainda incerteza sobre o comportamento dos preços do álcool nas próximas semanas, afirma o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
"Estamos em fase de transição. Esses são os momentos finais da entressafra, quando a relação de estoque está no menor nível possível. Com a entrada de uma nova colheita, a tendência é que comece a se regularizar o nível de estoque", disse. Ele acrescentou, no entanto, que parte do aumento no atacado ainda pode ser repassada ao consumidor.
Responsáveis por 60% do IGP-M, os preços no atacado puxaram a alta do indicador. Além do álcool, alimentos processados tiveram influência significativa. Os destaques foram as variações dos preços de aves (que saiu de 2,21% para 2,53%) e do leite industrializado (de -0,02% para 2,83%).
Segundo Quadros, o preço das aves foi puxado pela alta da carne bovina. "Toda vez que tem aumento do preço da carne bovina, aves e carne suína acompanham", disse. Ele explicou que além de a demanda estar se recuperando, principalmente a de exportação, o que resulta em aumento do preço da carne no mercado interno, os produtores estão repassando os custos do preço de rações, que tem crescido com a alta do milho e de outros grãos. Essas altas devem influenciar os preços ao consumidor.
Sazonal, a pressão do leite deve continuar pressionando os preços ao longo do mês, devido ao período da entressafra.
Em relação aos preços ao consumidor, foram os alimentos que mais pressionaram a inflação. A variação dos preços dos laticínios (de -0,22% para 1,16%) também foi destaque, ao lado da carne bovina, que reduziu a queda de -2,15% para -0,28%. "A variação da carne está bem menos negativa. Isso quer dizer que já há alguns tipos de cortes que estão mostrando elevação", afirmou Quadros.
Na primeira prévia de abril, o item matérias-primas brutas apresentou recuo (de 0,52% para 0,29%), associado basicamente ao fim do impacto das altas do preço do minério de ferro verificadas no primeiro trimestre.
Já entre os produtos agropecuários houve certo equilíbrio entre aumentos e reduções. O milho, que tinha apresentado alta de 1,33% na primeira prévia de março, agora subiu 0,67%. "O milho é um destaque porque tem variação acumulada de quase 75% em 12 meses. Começando a desacelerar, pelo menos não agrava mais a situação", afirma Quadros, lembrando que o grão é o principal insumo para produção de rações para aves e suínos.
Em compensação, a soja, que tinha caído muito, reduziu o ritmo (de -5,46% para -0,50%). "Basta a soja, que tem um peso muito grande, parar de cair, que ela deixa de dar aquela contribuição negativa, o que funciona quase como se fosse uma aceleração", avalia Quadros.
Rio - Os combustíveis deram as maiores contribuições para a aceleração da inflação medida pela primeira prévia de abril do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O indicador ficou em 0,55%, ante 0,48% registrado na primeira prévia de março. Este mês, o álcool variou 31,12% no atacado e 12,75% no varejo. A gasolina também teve alta mais intensa, chegando a ficar 2,20% mais cara ao consumidor, elevação superior a registrada na primeira prévia de março, de 0,39%.
Resultado dos baixos estoques no período de entressafra, há ainda incerteza sobre o comportamento dos preços do álcool nas próximas semanas, afirma o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
"Estamos em fase de transição. Esses são os momentos finais da entressafra, quando a relação de estoque está no menor nível possível. Com a entrada de uma nova colheita, a tendência é que comece a se regularizar o nível de estoque", disse. Ele acrescentou, no entanto, que parte do aumento no atacado ainda pode ser repassada ao consumidor.
Responsáveis por 60% do IGP-M, os preços no atacado puxaram a alta do indicador. Além do álcool, alimentos processados tiveram influência significativa. Os destaques foram as variações dos preços de aves (que saiu de 2,21% para 2,53%) e do leite industrializado (de -0,02% para 2,83%).
Segundo Quadros, o preço das aves foi puxado pela alta da carne bovina. "Toda vez que tem aumento do preço da carne bovina, aves e carne suína acompanham", disse. Ele explicou que além de a demanda estar se recuperando, principalmente a de exportação, o que resulta em aumento do preço da carne no mercado interno, os produtores estão repassando os custos do preço de rações, que tem crescido com a alta do milho e de outros grãos. Essas altas devem influenciar os preços ao consumidor.
Sazonal, a pressão do leite deve continuar pressionando os preços ao longo do mês, devido ao período da entressafra.
Em relação aos preços ao consumidor, foram os alimentos que mais pressionaram a inflação. A variação dos preços dos laticínios (de -0,22% para 1,16%) também foi destaque, ao lado da carne bovina, que reduziu a queda de -2,15% para -0,28%. "A variação da carne está bem menos negativa. Isso quer dizer que já há alguns tipos de cortes que estão mostrando elevação", afirmou Quadros.
Na primeira prévia de abril, o item matérias-primas brutas apresentou recuo (de 0,52% para 0,29%), associado basicamente ao fim do impacto das altas do preço do minério de ferro verificadas no primeiro trimestre.
Já entre os produtos agropecuários houve certo equilíbrio entre aumentos e reduções. O milho, que tinha apresentado alta de 1,33% na primeira prévia de março, agora subiu 0,67%. "O milho é um destaque porque tem variação acumulada de quase 75% em 12 meses. Começando a desacelerar, pelo menos não agrava mais a situação", afirma Quadros, lembrando que o grão é o principal insumo para produção de rações para aves e suínos.
Em compensação, a soja, que tinha caído muito, reduziu o ritmo (de -5,46% para -0,50%). "Basta a soja, que tem um peso muito grande, parar de cair, que ela deixa de dar aquela contribuição negativa, o que funciona quase como se fosse uma aceleração", avalia Quadros.