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FGV: alimentos impulsionam inflação da terceira idade

Inflação para os idosos foi de 6,27% em 2010; alimentos subiram 9,85% no período para o grupo

Os alimentos são responsávies por um terço da inflação para a terceira idade (Fernando Vivas/EXAME)

Os alimentos são responsávies por um terço da inflação para a terceira idade (Fernando Vivas/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 14h07.

A alta dos preços dos alimentos impulsionou a inflação percebida pelos idosos em 2010, conforme o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que subiu 6,27% no ano passado. Em 2009, a inflação da terceira idade havia ficado em 4,09%. De acordo com o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, os preços dos alimentos no varejo subiram 9,85% no ano passado, no âmbito do IPC-3i.

Os alimentos respondem, historicamente, por um terço da inflação sentida pelo bolso dos idosos, de acordo com o especialista. Porém, somente no quarto trimestre do ano passado, quando subiram 5,15%, eles foram responsáveis por dois terços da inflação sentida pelos idosos no período, de 2,46%. Entre os destaques, a carne bovina ficou 32,65% mais cara no ano passado, com alta de 18,83% em seu preço no quarto trimestre de 2010.

Quadros acrescentou que, coincidentemente, o impacto dos aumentos nos preços dos alimentos no bolso do consumidor em 2010 foi percebido em igual magnitude em todas as faixas etárias. No âmbito do Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que apura a inflação no varejo percebida em todas as idades, o grupo Alimentação também subiu 9,85%. "O aumento nos preços dos alimentos foi bastante generalizado, não ficou concentrado em apenas um setor. Isso diminui o espaço para alguma divergência entre os resultados do avanço dos preços dos alimentos no IPC-BR e no IPC-3i", explicou.

Mesmo com a importância dos alimentos na composição da inflação dos idosos, entre os produtos pesquisados para cálculo do indicador, a alta de 5,88% no preço de plano e seguro saúde foi a maior contribuição individual na formação da taxa do IPC-3i. Quadros explicou que somente este item representa 6,13% do total do indicador que mede a inflação entre os idosos - quase o dobro do peso que seu preço tem dentro do IPC-BR.

"A taxa de variação em 2010 deste preço foi igual, visto que o reajuste dos planos é autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Mas o peso é diferente, visto que os idosos gastam mais com planos de saúde", lembrou o especialista. "Plano e seguro saúde sempre vão ser o maior impacto dentro da inflação medida pelo IPC-3i, porque ele é o maior peso na formação da taxa do indicador", acrescentou.

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