Dia das Crianças: maioria dessa geração adora uma tela e jogos digitais (Max Mumby/Indigo / Colaborador/Getty Images)
Clara Cerioni
Publicado em 5 de setembro de 2020 às 08h15.
A pandemia de covid-19 jogou luz a um dos maiores problemas da educação pública no Brasil: o uso das tecnologias no ensino. Com a missão de melhorar este cenário, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) criou, em 2016, a plataforma Guia EduTec. Totalmente gratuita, a ferramenta já ajudou mais de 55 mil professores e 22 mil escolas em todo o país. Agora, vai desembarcar em 40 países da América Latina, Caribe, África e Ásia.
A ferramenta identifica o grau de adoção de tecnologias digitais de escolas e redes de ensino, além do nível de competências de professores para usar plataformas digitais. Com essas informações, os gestores públicos podem adotar medidas que melhorem o acesso a uma educação mais tecnológica.
"O Brasil era consumidor e agora vai ser fornecedor, uma referência para o mundo. A ferramenta é muito eficaz para consolidar e dar um panorama ao gestor público sobre o uso da tecnologia na educação. Ainda sugere ações que esta escola pode fazer para melhorar. A gente já teve casos de uma infraestrutura de tecnologia muito boa mas os professores não estavam aptos a usar, ou mesmo o contrário. A ferramenta resolve estes problemas", explica Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB, entidade sem fins lucativos.
O primeiro país que vai adotar a ferramenta é a Costa Rica, ainda em setembro. Os próximos serão países africanos, a partir de março de 2021. Até 2030, a expectativa é impactar 25 milhões de crianças em todo o mundo.
Todo o projeto de exportação faz parte do programa ProFuturo, criado pela Fundação Telefônica Vivo e pela Fundação “la Caixa”, e que tem o objetivo de diminuir a desigualdade educacional no mundo.
De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC), divulgada em abril deste ano, uma em cada quatro pessoas no Brasil não têm acesso à internet. Isso mostra que 46 de brasileiros não estão no meio digital.
Os dados, que se referem aos três últimos meses de 2018, mostram ainda que o percentual de brasileiros com acesso à internet aumentou no país de 2017 para 2018, passando de 69,8% para 74,7%, mas que 25,3% ainda estão sem acesso. Em áreas rurais, o índice de pessoas sem acesso é ainda maior que nas cidades, chega a 53,5%. Em áreas urbanas é 20,6%.
(Com Agência Brasil)