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Feminicídios antecedem o Dia Internacional da Mulher

Muitos casos não compõem os dados oficiais sobre feminicídio no Brasil pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos

7.036 tentativas de crime contra a mulher foram registradas em 2018 - 2,5 vezes a mais do que no ano anterior: 2.749 (Alicia Vera/Bloomberg/Getty Images)
AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de março de 2019 às 21h50.

O carnaval que antecedeu este Dia Internacional da Mulher, 8 de março, foi marcado por casos de feminicídio e de extrema violência contra as mulheres na Região Sudeste, a mais rica e populosa do país.

No interior de São Paulo, na cidade de Borborema, uma mulher de 29 anos foi morta por estrangulamento pelo próprio namorado. O crime ocorreu na madrugada de terça-feira (5).

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Na mesma madrugada, uma mulher de 35 anos morreu durante um parto de emergência, após ser espancada pelo marido em Barra Mansa, no Sul do Estado Rio de Janeiro .

Em Dores do Rio Preto, no sul do Espírito Santo, uma mulher de 36 anos foi espancada na madrugada da segunda-feira (4), e encontrada pela família em uma rodovia com o rosto desfigurado após uma surra, cujo o principal suspeito é o marido.

O delegado que investiga o caso, Ricart Teixeira, disse ter ficado chocado com a imagem da vítima. "Em 28 anos de profissão nunca vi uma coisa daquelas", afirmou à Agência Brasil.

A vítima está internada na Casa de Caridade de Carangola (MG), a 36 quilômetros de Dores do Rio, onde o casal se encontrava para prestar serviço eventual em uma choperia.

O marido está foragido e é procurado nos dois estados (Minas Gerais e Espírito Santo). Após a apuração do caso, o inquérito será enviado para a Justiça capixaba.

Ligue 180

Durante dois dias, a reportagem da Agência Brasil tentou fazer contato com a Polícia Civil e obter detalhes sobre os crimes de feminicídio ocorridos nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em Barra Mansa, a 90ª Delegacia não prestou nenhuma informação. Em São Paulo, a Secretaria da Segurança Pública não atendeu aos pedidos de detalhamento do crime e do inquérito, feitos por escrito e por telefone.

Nenhum dos três casos foram registrados até o momento na Ouvidoria (Ligue 180) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e, portanto, ainda não compõem os dados oficiais sobre feminicídio e tentativa de feminicídio no Brasil.

No ano passado, 53 assassinatos de mulheres foram classificados como feminicídio pelo MMFDH, mais do que o dobro registrado em 2017: 24 casos. Segundo o ministério, houve 7.036 tentativas de feminicídio em 2018 - 2,5 vezes a mais do que no ano anterior: 2.749.

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