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Falta de professor na rede estadual custa R$ 67 mi por mês

O valor corresponde ao pagamento realizado na substituição do docente titular que se ausenta por professores eventuais ou temporários


	Em 2012, cada um dos 230 mil professores estaduais de São Paulo faltou, em média, 27 dias
 (Reprodução Relatório Excelência com Equidade, da Fundação Lemann e Itaú BBA)

Em 2012, cada um dos 230 mil professores estaduais de São Paulo faltou, em média, 27 dias (Reprodução Relatório Excelência com Equidade, da Fundação Lemann e Itaú BBA)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 10h29.

São Paulo - A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo gasta aproximadamente R$ 67 milhões por mês para suprir as ausências dos professores da rede pública.

O valor corresponde ao pagamento realizado na substituição do docente titular que se ausenta por professores eventuais ou temporários. O valor do gasto varia a cada mês.

Em 2012, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, cada um dos 230 mil professores estaduais faltou, em média, 27 dias - 21 por licença saúde e 6 dias pelas faltas abonadas a que têm direito. Não entrou na conta as três faltas possíveis de doação de sangue.

Se o valor já é representativo, o montante poderia ser superior, caso o controle de faltas fosse ainda mais eficiente, identificando uma quantidade maior de substituições.

De acordo com fontes consultadas pela reportagem, o registro da presença em algumas ocasiões pode não traduzir a realidade.

"O controle é de papel, ele não é tão verdadeiro. Houve casos em que um professor estava presente em três salas ao mesmo tempo", disse um ex-inspetor escolar que não quis se identificar.


O direito à falta abonada deveria ser melhor "trabalhado" na rede para evitar as ausências sem planejamento, diz Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP.

"Pode ser que a solicitação para a falta abonada não seja concedida. A diretoria precisa autorizar", diz. Diante dessa situação, a ONG Educafro - dedicada à inclusão de jovens negros nas universidades - realiza um controle "paralelo" de presença dos professores em sala.

Os cerca de 2 mil jovens atendidos relatam as eventuais ausências e repassam para a ONG consolidar os dados. "Começamos em 2003, depois fizemos um trabalho forte em 2004 e estamos retomando agora, em 2013", diz Frei David, presidente da Educafro.

Segundo ele, o problema existe em todo o Estado. "Mas na periferia, no Jardim Ângela, na zona leste, além de bolsões das zonas norte e oeste, é ainda pior", diz.

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