Brasil

Falta de comunicação potencializa conflitos, diz Cármen Lúcia

A presidente do STF disse em evento que a Justiça precisa se fazer entender, de forma que o cidadão possa compreender o que dizem as decisões

Cármen Lúcia: a ministra também falou sobre a legitimidade do Poder Judiciário (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Cármen Lúcia: a ministra também falou sobre a legitimidade do Poder Judiciário (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de julho de 2017 às 19h14.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse hoje (7) que a Justiça precisa se fazer entender, de forma que o cidadão possa compreender o que dizem as decisões. Para ela, a falta de comunicação potencializa conflitos e desentendimentos.

As declarações foram dadas durante o 3º Encontro do Colégio Nacional de Ouvidores Judiciais, que ocorre em Belo Horizonte. Cármen Lúcia ministrou a palestra Poder Judiciário e Sociedade Democrática: o Papel das Ouvidorias Judiciais.

O evento teve a finalidade de difundir o instituto das ouvidorias como instrumento de promoção da cidadania e de aprimoramento democrático da gestão.

Os ouvidores judiciais atuam nos órgãos do Poder Judiciário no contato com os cidadãos. Eles são responsáveis, por exemplo, por receber e buscar responder reclamações, sugestões, consultas e denúncias.

Em sua apresentação, Cármen Lúcia disse ainda que as críticas ao Poder Judiciário fazem parte de um contexto onde o cidadão acompanha as decisões, o que é positivo. "Todo mundo fala o tempo todo. Denuncia e critica, como tem de ser mesmo". Ela afirmou que, até pouco tempo atrás, o STF era desconhecido da maioria das pessoas.

A ministra também falou sobre a legitimidade do Poder Judiciário. Ela ressaltou que a Justiça está a serviço da sociedade e que é importante que os cidadãos contribuam para o aperfeiçoamento das instituições, mas avaliou que as decisões devem ser tomadas baseadas na razão e não de acordo com o desejo do povo.

"Nós temos que aplicar o direito sabendo que precisamos nos legitimar. A legitimidade no caso das instituições do Poder Judiciário é uma legitimidade racional. A razão de ser de nós julgarmos está posta na Constituição. E todos nós estamos exercendo um cargo nos termos da Constituição e, portanto, aplicando as leis nos termos fixados por outro poder. Isso é importante para marcar a legitimidade democrática do nosso papel e para que a sociedade saiba que não é a força que está prevalecendo, é o direito que está se impondo", disse.

Acompanhe tudo sobre:Cármen LúciaJustiçaSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas