Fachin pede que PGR esclareça citação de repasse de R$ 1 mi a Temer
Delator da J&F Florisvaldo Caetano, afirmou ter feito uma entrega de dinheiro no escritório do coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer
Reuters
Publicado em 27 de junho de 2018 às 18h01.
Brasília - O ministro Edson Fachin , do Supremo Tribunal Federal (STF) , pediu nesta quarta-feira que a Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareça quais providências quer tomar em relação ao depoimento do delator da J&F Florisvaldo Caetano que diz ter feito uma entrega de 1 milhão de reais no escritório do coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer.
As declarações de Florisvaldo -contador e apontado como responsável pelos pagamentos de propina- ocorreram no complemento da delação premiada dos executivos da J&F. O coronel Lima é suspeito de receber recursos de origem ilícita para o presidente.
No depoimento, o contador disse ter feito a entrega desse numerário no escritório do amigo de Temer na companhia de Demilton Antonio de Castro. O local da entrega do valor, segundo Florisvaldo, foi indicado pelo também delator da J&F Ricardo Saud. O contador disse que o repasse indicado por Saud era para Temer.
"No ato da entrega, o coronel determinou que colocassem os valores no porta-malas de um carro estacionado em frente ao edifício. Relembra que Ricardo Saud recomendou agilidade na entrega dos valores, diante da importância de seu destinatário", mencionou Fachin, no despacho.
O ministro do STF determinou a autuação como uma petição autônoma das declarações de Florisvaldo e determinou que a PGR se manifeste.
Temer e o coronel Lima sempre negaram terem recebido qualquer valor de origem ilícita da J&F.
Essa providência determinada por Fachin ocorreu na mesma decisão em que ele definiu que o pedido feito da PGR de anulação da delação dos executivos da J&F seja levado ao plenário da corte assim que concluída a fase de instrução do caso.
Nesse despacho, Fachin também concordou em aceitar as diligências requeridas pela PGR para avaliar se houve irregularidades no acordo de colaboração.