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Explicações de Graça foram insuficientes para a oposição

Alguns parlamentares consideram que ainda há fatos que precisam ser melhor esclarecidos sobre a gestão da Petrobras

Graça Foster: o senador oposicionista Cássio Cunha Lima considerou que temas centrais sobre contrato de compra da refinaria de Passadena não foram respondidos (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 19h34.

Brasília - As explicações da presidente da Petrobras, Graça Foster , no Senado, hoje (15), não eliminam a necessidade de investigações mais profundas no Congresso sobre os contratos da empresa, na avaliação de senadores de oposição e independentes.

Mesmo depois de passar cerca de seis horas ouvindo Graça Foster responder aos questionamentos, alguns parlamentares consideram que ainda há fatos que precisam ser melhor esclarecidos sobre a gestão da companhia.

Apesar de fazer parte de um partido da base aliada, a senadora Ana Amélia (PP-RS) se declara “independente” e defende a instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) proposta pela oposição depois da audiência.

Na opinião dela, a presidente da Petrobras demonstrou “liderança e segurança” em suas respostas, mas deixou lacunas sobre temas que precisam ser melhor esclarecidos.

“Mesmo que ela tenha se esforçado para responder a todos os questionamentos, só a admissão de que a compra da refinaria de Passadena foi um mal negócio já justifica uma investigação [do Congresso]”, avaliou a senadora.

O senador oposicionista Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também considerou que os temas centrais sobre o contrato de compra da refinaria de Passadena, nos Estados Unidos, não foram respondidos.

“A CPI se faz cada vez mais necessária", segundo ele.

"Os temas centrais não foram respondidos. Por que o preço pago pela refinaria, mesmo tendo sido por ela ajustado para US$ 360 milhões na compra original, mas se pagou US$ 1,2 bilhão? Não se esclareceu porque o Conselho de Administração aprovou a compra sem o conhecimento pleno da documentação. E o que é mais grave, depois de ter tomado conhecimento, em 2008, não se tomou nenhuma providência em relação ao diretor responsável pela omissão das cláusulas do contrato que eram decisivas para o fechamento do negócio. Então, as dúvidas perduram, e é necessário que a comissão parlamentar de inquérito seja instalada”, acrescentou.


Evitando atrelar a audiência com Graça Foster aos pedidos de criação de CPIs no Congresso, a ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que este não é o “momento, nem o fórum adequado” para discutir a criação de uma investigação parlamentar sobre a Petrobras.

Na opinião dela, esse assunto será definido pelo plenário do Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirão se será instalada a CPI proposta pela oposição para investigar exclusivamente a Petrobras, ou se a proposta pelos governistas, que inclui outros contratos sobre assuntos diversos no escopo de investigação.

Para Gleisi Hoffamann, as queixas dos oposicionistas quanto às respostas da presidente da Petrobras são de ordem política, e não técnica.

“A presidente Graça foi muito clara, muito tranquila e muito sincera, esclareceu sim, vários pontos. Temos que ver qual é a disposição da oposição de receber essas informações. Porque há também uma disposição política em todo esse processo”, disse.

Ainda hoje está prevista sessão do Congresso Nacional, quando devem ser lidos os requerimentos de instalação de duas comissões parlamentares de inquérito: uma, da oposição, para investigar os contratos da Petrobras, que estão sob suspeita de irregularidades, como a compra da refinaria de Passadena por valor considerado muito acima do de mercado; outra, dos governistas, que querem investigar, além da Petrobras, outros contratos de obras estaduais que utilizaram verbas federais, como os metrôs de São Paulo e do Distrito Federal.

Os dois lados apresentaram recursos ao STF pedindo preferência para instalação da comissão.

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Brasília - As explicações da presidente da Petrobras, Graça Foster , no Senado, hoje (15), não eliminam a necessidade de investigações mais profundas no Congresso sobre os contratos da empresa, na avaliação de senadores de oposição e independentes.

Mesmo depois de passar cerca de seis horas ouvindo Graça Foster responder aos questionamentos, alguns parlamentares consideram que ainda há fatos que precisam ser melhor esclarecidos sobre a gestão da companhia.

Apesar de fazer parte de um partido da base aliada, a senadora Ana Amélia (PP-RS) se declara “independente” e defende a instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) proposta pela oposição depois da audiência.

Na opinião dela, a presidente da Petrobras demonstrou “liderança e segurança” em suas respostas, mas deixou lacunas sobre temas que precisam ser melhor esclarecidos.

“Mesmo que ela tenha se esforçado para responder a todos os questionamentos, só a admissão de que a compra da refinaria de Passadena foi um mal negócio já justifica uma investigação [do Congresso]”, avaliou a senadora.

O senador oposicionista Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também considerou que os temas centrais sobre o contrato de compra da refinaria de Passadena, nos Estados Unidos, não foram respondidos.

“A CPI se faz cada vez mais necessária", segundo ele.

"Os temas centrais não foram respondidos. Por que o preço pago pela refinaria, mesmo tendo sido por ela ajustado para US$ 360 milhões na compra original, mas se pagou US$ 1,2 bilhão? Não se esclareceu porque o Conselho de Administração aprovou a compra sem o conhecimento pleno da documentação. E o que é mais grave, depois de ter tomado conhecimento, em 2008, não se tomou nenhuma providência em relação ao diretor responsável pela omissão das cláusulas do contrato que eram decisivas para o fechamento do negócio. Então, as dúvidas perduram, e é necessário que a comissão parlamentar de inquérito seja instalada”, acrescentou.


Evitando atrelar a audiência com Graça Foster aos pedidos de criação de CPIs no Congresso, a ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que este não é o “momento, nem o fórum adequado” para discutir a criação de uma investigação parlamentar sobre a Petrobras.

Na opinião dela, esse assunto será definido pelo plenário do Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirão se será instalada a CPI proposta pela oposição para investigar exclusivamente a Petrobras, ou se a proposta pelos governistas, que inclui outros contratos sobre assuntos diversos no escopo de investigação.

Para Gleisi Hoffamann, as queixas dos oposicionistas quanto às respostas da presidente da Petrobras são de ordem política, e não técnica.

“A presidente Graça foi muito clara, muito tranquila e muito sincera, esclareceu sim, vários pontos. Temos que ver qual é a disposição da oposição de receber essas informações. Porque há também uma disposição política em todo esse processo”, disse.

Ainda hoje está prevista sessão do Congresso Nacional, quando devem ser lidos os requerimentos de instalação de duas comissões parlamentares de inquérito: uma, da oposição, para investigar os contratos da Petrobras, que estão sob suspeita de irregularidades, como a compra da refinaria de Passadena por valor considerado muito acima do de mercado; outra, dos governistas, que querem investigar, além da Petrobras, outros contratos de obras estaduais que utilizaram verbas federais, como os metrôs de São Paulo e do Distrito Federal.

Os dois lados apresentaram recursos ao STF pedindo preferência para instalação da comissão.

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