Brasil

Exército distribuiu 2,9 mi de comprimidos de cloroquina com aval da Saúde

Medicamento foi enviado a estados e municípios conforme critérios da Saúde, informa Ministério da Defesa à CPI da Covid

Exército brasileiro (Rafaela Biazi/Unsplash)

Exército brasileiro (Rafaela Biazi/Unsplash)

AO

Agência O Globo

Publicado em 26 de maio de 2021 às 10h52.

O Ministério da Defesa informou à CPI da Covid que efetuou a distribuição de 2,9 milhões de comprimidos de cloroquina para estados e municípios e hospitais militares sob orientação do Ministério da Saúde. Os envios foram efetuados de abril a agosto de 2020, segundo a pasta.

Essa operação ocorreu "conforme pautas definidas pelo Ministério da Saúde", segundo a pasta. A produção do medicamento, cuja ineficácia contra o coronavírus é comprovada, é um dos temas investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

O remédio foi testado no início da pandemia. Em julho, porém, já havia sido descartado pela comunidade científica. Senadores têm questionado, na CPI, ações do governo promovendo o uso do medicamento quando já estava claro que ele não produzia efeitos sob os infectados com o coronavírus.

Dessa quantia, 2,5 milhões foram enviados a secretarias estaduais e municipais de saúde. Os maiores lotes foram recebidos pela Secretaria de Saúde de São Paulo. Foram 144 mil e depois 172 mil comprimidos enviados ao estado em abril de 2020, segundo o documento.

O órgão diz ainda que aumentou a produção de cloroquina sob orientação do Ministério da Saúde para o tratamento de "formas graves da Covid-19". A compra antecipada dos insumos para o medicamento já havia ocorrido para o programa de malária, de acordo com órgão.

Os documentos mostram que a primeira dispensa de licitação para a compra dos insumos a fim de viabilizar a produção dos comprimidos de cloroquina no LQFEx ocorreu no dia 20 de março e os empenhos de pagamento foram feitos no dia 23. Somente no dia 27 a Saúde editou a nota que recomendava o uso de cloroquina apenas em pacientes com a forma grave da Covid-19. No dia 21, Bolsonaro já tinha anunciado o aumento da produção da droga nas suas redes sociais, porém.

Em ofício recebido pela CPI nesta terça-feira, a Defesa afirma que o Laboratório do Exército (LQFEx) já havia "planejado a produção de um lote de cloroquina 150 mg para atendimento às regiões endêmicas da malária, razão pela qual tinha o insumo licitado". O aumento da produção, porém, se deu apenas após uma nota informativa do Ministério da Saúde orientando o uso da droga em casos graves de Covid-19.

Em 2018, diz a pasta, houve a distribuição de 259.470 comprimidos de cloroquina, suficientes para o programa de malária naquele ano e em 2019. Já em 2020, foram produzidos 3.229.910 comprimidos, ou seja, doze vezes a quantia produzida normalmente em 2018.

Acompanhe tudo sobre:CloroquinaExércitoGoverno BolsonaroMinistério da Saúde

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp