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Executivo da Odebrecht cita "arranjo" e Sérgio Cabral

E-mail de executivo preso da Odebrecht cita o nome do governador do Rio na época, também investigado pela Lava Jato


	No e-mail que cita Sérgio Cabral, o executivo da Odebrecht trata de uma obra no âmbito do Comperj
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

No e-mail que cita Sérgio Cabral, o executivo da Odebrecht trata de uma obra no âmbito do Comperj (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 20h54.

Curitiba e São Pualo - E-mail enviado por Rogério Araújo, da empreiteira Norberto Odebrecht - preso pela Operação Lava Jato desde sexta-feira, 19 -, para quatro executivos, em 4 de outubro de 2007, cita o nome do então governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), atualmente investigado pela Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato.

Na mensagem, Rogério Araújo, também alvo da investigação sobre esquema de corrupção e propinas na Petrobras, trata de um empreendimento de interesse da Construtora Norberto Odebrecht (CNO).

Ele fala em ‘arranjo’ com a participação da Odebrecht. "Petrobras/PR vai conversar com o Governador sobre este novo arranjo com a participação da CNO (é importante o Sérgio Cabral ratificar! e também definir o seu interlocutor neste assunto que atualmente junto à Petrobras e Mitigue é o Eduardo Eugenio)."

Esse e-mail faz parte de longa sequência de mensagens interceptadas pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

A correspondência foi anexada aos autos da Erga Omnes, 14.ª etapa da investigação sobre corrupção e propinas na estatal petrolífera que aponta para o suposto envolvimento da maior empreiteira do País - o presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, e outros executivos foram presos sexta-feira, 19.

No e-mail que cita Cabral, o executivo da Odebrecht trata de uma obra no âmbito do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ele divide a mensagem em três tópicos.

O primeiro menciona o executivo Julio Camargo, apontado pela PF como lobista de multinacionais e operador de pagamentos a ex-dirigentes da Petrobras.

A PF suspeita que Araújo estaria se referindo ao empreendimento Unidades de Geração de Vapor e Energia, Tratamento de Água e Efluentes do Comperj, no qual a estatal petrolífera contratou consórcio formado pela Odebrecht, Toyo e UTC.

A PF destaca a ‘orientação’ que a Petrobras teria dado a Julio Camargo e ao empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, para que a parceria com a Odebrecht se concretizasse.

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) reiteradamente tem negado qualquer envolvimento com empreiteiros e com o esquema de propinas na Petrobras.

Em comunicado publicado nesta segunda-feira, 21, nos principais jornais do País, a Odebrecht, investigada pela Operação Lava Jato, nega ter participado de qualquer cartel na Petrobras.

"Não há cartel num processo de contratação inteiramente controlado pelos contratantes, como ocorre com a Petrobras, onde a mesma sempre definiu seus próprios orçamentos e critérios de avaliação técnico-financeiro e de performance."

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