Execução de Marielle completa sete dias sem respostas
ÀS SETE - O assassinato que chocou o mundo – foi capa de jornais como o Washington Post – ainda não tem uma resposta sobre quem foram seus mandantes
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2018 às 06h45.
Última atualização em 21 de março de 2018 às 07h12.
Missas, atos ecumênicos e diversas homenagens em todo o país serão realizadas hoje em homenagem ao sétimo dia de falecimento da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e ao motorista Anderson Gomes, executados na última quarta-feira 14 no Rio de Janeiro.
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O maior deles deve ser o realizado na Cinelândia, no Rio, a partir das 18h. Ontem, milhares de pessoas já se reuniram no Rio e em outras cidades numa onda de protestos pelo país.
Também hoje, o PSOL vai protocolar uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) por ter divulgado informações falsas sobre a vereadora em suas redes sociais.
O assassinato que chocou o mundo – foi capa de jornais como o Washington Post, nos Estados Unidos – ainda não tem uma resposta sobre quem foram seus mandantes ou autores. Também por isso, o fato aumenta a pressão sobre a intervenção federal que acontece no estado e completou um mês no último dia 16.
Durante todo o período, não se sabia qual era o plano de ação da operação, nem quanto dinheiro seria destinado a ela. Na última segunda-feira, o governo decidiu que o total alocado para a intervenção deve ser de cerca de um bilhão de reais – em recursos remanejados de outras áreas.
No mesmo dia, o interventor federal, general Braga Netto, disse que o estado precisa de 3,1 bilhões para cobrir o rombo e investir em segurança pública. Mais uma prova de que os discursos não estão afinados.
Ontem, pela primeira vez, o presidente Michel Temer (MDB) admitiu publicamente que pode ser candidato à reeleição neste ano. A oposição diz que a intervenção não planejada é apenas uma ação politiqueira, com viés eleitoral para o presidente. Sabe-se que o comando não pensa que as forças armadas deveriam ser usadas nesse tipo de situação.
Em junho de 2017, em uma audiência no Senado, o comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comentou uma ação da própria instituição no Complexo da Maré, também no Rio de Janeiro: “Um dia me dei conta. Os nossos soldados atentos, preocupados – são vielas –, armados. E passando crianças, senhoras, eu pensei: ‘Estamos aqui apontando arma para a população brasileira’. Nós somos uma sociedade doente. E lá ficamos 14 meses. Do dia em que saímos, uma semana depois tudo havia voltado ao que era antes. Então, temos que realmente repensar esse modelo de emprego, porque é desgastante, perigoso e inócuo”.