Ex-senador sugere ter informação privilegiada de Alckmin
Alckmin é citado ao menos três vezes pelos alvos da Operação Porto Seguro, razão pela qual seu nome foi incluído numa lista de autoridades com prerrogativa de foro
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 08h34.
São Paulo - Gilberto Miranda, indiciado por corrupção na Operação Porto Seguro, disse em telefonema interceptado pela Polícia Federal que obteve informação privilegiada de dentro do governo de São Paulo.
O ex-senador afirma em conversa com Paulo Vieira, suspeito de ser o chefe da quadrilha, que recebeu cópia de um decreto de seu interesse assinado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) antes mesmo de o documento ser publicado no Diário Oficial.
Alckmin é citado ao menos três vezes pelos alvos da Operação Porto Seguro, razão pela qual seu nome foi incluído numa lista de 18 autoridades com prerrogativa de foro enviada pela PF à Justiça.
Isso não quer dizer que o tucano seja alvo da investigação - trata-se de procedimento de praxe. Também integram a lista o ministro do STF Dias Toffoli e o advogado-geral da União, Luís Adams. Todos dizem não ter qualquer relação com o grupo investigado.
No telefonema gravado às 22h04 de 5 de junho de 2012, Miranda diz a Vieira que recebeu cópia de um decreto do governo paulista que seria publicado no dia seguinte. O documento declara "relevância econômica e social" de um porto que seria construído pela empresa de um amigo do ex-senador na Ilha de Bagres, em Santos.
O decreto publicado no dia seguinte não considerava o projeto de interesse público, como pedia o grupo de Miranda, mas de relevância econômica e social.
Na antevéspera da deflagração da Porto Seguro, Paulo diz ao ex-senador que pretendia usar a medida de Alckmin como argumento para convencer o governo federal a autorizar a construção do empreendimento em área de proteção ambiental.
O governo paulista nega que Miranda tenha recebido cópia do decreto antes da publicação e afirma que o ex-senador desconhecia o teor do documento. A assessoria de Alckmin declara ainda, em nota, que o governador não beneficiou o grupo.
"O governo de São Paulo nunca decretou a utilidade pública do empreendimento em questão. Contrariou, isso sim, os interesses do grupo investigado ao exigir o cumprimento pleno da legislação ambiental federal e reconhecer a autonomia do Ibama e da Secretaria dos Portos para tratar do assunto", assinala o texto.
São Paulo - Gilberto Miranda, indiciado por corrupção na Operação Porto Seguro, disse em telefonema interceptado pela Polícia Federal que obteve informação privilegiada de dentro do governo de São Paulo.
O ex-senador afirma em conversa com Paulo Vieira, suspeito de ser o chefe da quadrilha, que recebeu cópia de um decreto de seu interesse assinado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) antes mesmo de o documento ser publicado no Diário Oficial.
Alckmin é citado ao menos três vezes pelos alvos da Operação Porto Seguro, razão pela qual seu nome foi incluído numa lista de 18 autoridades com prerrogativa de foro enviada pela PF à Justiça.
Isso não quer dizer que o tucano seja alvo da investigação - trata-se de procedimento de praxe. Também integram a lista o ministro do STF Dias Toffoli e o advogado-geral da União, Luís Adams. Todos dizem não ter qualquer relação com o grupo investigado.
No telefonema gravado às 22h04 de 5 de junho de 2012, Miranda diz a Vieira que recebeu cópia de um decreto do governo paulista que seria publicado no dia seguinte. O documento declara "relevância econômica e social" de um porto que seria construído pela empresa de um amigo do ex-senador na Ilha de Bagres, em Santos.
O decreto publicado no dia seguinte não considerava o projeto de interesse público, como pedia o grupo de Miranda, mas de relevância econômica e social.
Na antevéspera da deflagração da Porto Seguro, Paulo diz ao ex-senador que pretendia usar a medida de Alckmin como argumento para convencer o governo federal a autorizar a construção do empreendimento em área de proteção ambiental.
O governo paulista nega que Miranda tenha recebido cópia do decreto antes da publicação e afirma que o ex-senador desconhecia o teor do documento. A assessoria de Alckmin declara ainda, em nota, que o governador não beneficiou o grupo.
"O governo de São Paulo nunca decretou a utilidade pública do empreendimento em questão. Contrariou, isso sim, os interesses do grupo investigado ao exigir o cumprimento pleno da legislação ambiental federal e reconhecer a autonomia do Ibama e da Secretaria dos Portos para tratar do assunto", assinala o texto.