Brasil

Ex-presidente da Record comandará preparação para Olimpíada

Carlos Geraldo (PRB-PE) não é apenas ligado ao partido do ministro do Esporte, mas também à Igreja Universal


	George Hilton: livre das críticas do início do ano, o ministro pode começar a abrir as portas do Esporte para o PRB
 (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

George Hilton: livre das críticas do início do ano, o ministro pode começar a abrir as portas do Esporte para o PRB (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2015 às 11h40.

São Paulo - Durou exatos três meses a gestão técnica do PRB à frente do ministério do Esporte. Nesta quarta-feira, o segundo principal cargo abaixo do ministro George Hilton (PRB-MG) será assumido por um dirigente partidário não apenas ligado ao partido, mas que também era ligado à TV Record e, consequentemente, à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Trata-se de Carlos Geraldo (PRB-PE), ex-presidente da Record News e da Record Rio, que assume a secretaria nacional de Esporte de Alto Rendimento. Sem qualquer experiência no esporte, ele será o responsável por todo o legado esportivo dos Jogos do Rio-2016, incluindo a preparação dos atletas para a Olimpíada.

Até o ano passado, o PCdoB controlava o Esporte. Além do ministro Aldo Rebelo, a pasta tinha outros dois homens-fortes lá dentro: o secretário-executivo Luis Fernandes e o secretário de Alto Rendimento, Ricardo Leyser.

Na reforma ministerial para o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o PCdoB pediu a pasta de Ciência e Tecnologia. Técnico da área, Luis Fernandes acompanhou Aldo até lá.

Quando a decisão de alocar o PRB no ministério foi anunciada, a escolha foi alvo de críticas vindas de todas as partes: confederações (em reservado), atletas e até mesmo políticos ligados ao esporte, como o hoje presidente da Frente Parlamentar Mista de Esporte, João Derly (PCdoB), questionaram a escolha.

Sem nenhuma experiência no esporte, George Hilton, deputado federal por Minas Gerais, pareceu ter caído de paraquedas no ministério. Bombardeado de críticas, num primeiro momento tomou a decisão de se cercar de técnicos, escolhendo Leyser para a secretaria-executiva e Ricardo Trade para o Alto Rendimento.

Os dois estavam em cargos "trocados" (Leyser vinha trabalhando com esporte de alto rendimento e Trade com organização de grandes eventos), mas prometiam trabalhar em sinergia.

Desde o discurso de posse, Hilton expressou que o legado que queria deixar à frente do ministério seria na área de Educação, Lazer e Inclusão Social.

Não à toa, escalou para a pasta um dos principais articuladores do PRB, Carlos Geraldo, presidente do partido em Pernambuco.

A situação começou a mudar quando começaram a surgir as primeiras notícias dando conta de que Ricardo Trade assumiria como CEO da Confederação Brasileira de Vôlei.

Anunciado em janeiro, ele só foi nomeado secretário de Alto Rendimento no dia 25 de fevereiro. Até então, não apareceu em Brasília. Depois disso, foi assumindo as funções aos poucos.

Passaram-se duas semanas e Trade continuou assinando como secretário de Alto Rendimento, sem compromissos públicos e sem contato com a imprensa. Desde que George Hilton assumiu o ministério, a secretaria não apresentou nenhuma medida efetiva, sequer assinou convênios.

O ministro George Hilton disse entender a escolha de Trade, anunciada na terça-feira, e desejou-lhe boa sorte. A decisão, afinal, é boa também para Hilton.

Livre das críticas do início do ano, pode começar a abrir as portas do Esporte para o PRB. Na secretaria que era de Carlos Geraldo, fica Evandro Garla, ex-deputado distrital pelo PRB. Três das quatro principais cadeiras do ministério já estão com o partido.

Acompanhe tudo sobre:Governo DilmaMinistério do EsportePartidos políticosPolítica no BrasilPRB – Partido Republicano Brasileiro

Mais de Brasil

Flávio Dino decide suspender pagamentos de emendas e manda PF investigar liberação de verbas

Rodízio de veículos em SP está suspenso a partir desta segunda, 23

Datafolha: 51% dos brasileiros afirmam ter mais medo da polícia do que confiança nela

Número de mortes em acidentes aéreos aumenta 92% em 2024 e é o maior dos últimos 10 anos