Ex-PGR fará novo pedido de impeachment de Gilmar Mendes
Cláudio Fonteles alega crime de responsabilidade do ministro por sua conduta em diferentes ocasiões
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de junho de 2017 às 16h29.
O ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles vai protocolar na tarde desta quarta-feira, 14, um novo pedido de impeachment no Senado contra o ministro Gilmar Mendes , do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em documento assinado em conjunto com o constitucionalista Marcelo Neves, professor da UnB (Universidade de Brasília), ele alega crime de responsabilidade do ministro por sua conduta em diferentes ocasiões. Entre elas, cita a conversa gravada pela Polícia Federal entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro em que tratam sobre a lei de abuso de autoridade. "É claramente uma atuação política que não condiz com o cargo que ele exerce", disse Fonteles.
O primeiro pedido de impeachment de Gilmar assinado por Fonteles protocolado no ano passado, foi indeferido pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
"A decisão do Renan é inconstitucional, ilegal. Ele não poderia decidir monocraticamente", alegou Fonteles, que recorreu ao Supremo contra o arquivamento no Senado. O ministro Edson Fachin porém, já rejeitou um dos recursos.
No pedido, os autores também alegam que Gilmar desrespeita a lei ao julgar casos no Tribunal Superior Eleitoral em que um dos advogados das partes trabalha no escritório de Sérgio Bermudes. A mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, é sócia da banca advocatícia. "O ministro vem praticando atividade político-partidária há muito tempo. Isso é proibido pela lei da magistratura", afirmou Neves.
Além da denúncia no Senado, Fonteles e Neves também pretendem levar ainda hoje uma comunicação à Procuradoria-Geral da República para que investigue Mendes e uma reclamação disciplinar no Supremo. "O CNJ não exerce controle sobre o Supremo, então o próprio STF precisa discutir essa conduta", afirmou Fonteles.