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Ex-ministra cobra paridade entre homens e mulheres em eleições

Luciana Lóssio comentou a proposta de lista fechada com alternância de gênero a cada três candidatos e afirmou que é preciso maior igualdade

Luciana Lóssio: a ex-ministra propôs uma alteração na proposta de paridade e a alternância proporcional entre homens e mulheres prevista no relatório parcial do deputado Vicente Cândido (Site do TSE/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2017 às 16h22.

Brasília - A ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lóssio propôs uma alteração na proposta de paridade e a alternância proporcional entre homens e mulheres prevista no relatório parcial do deputado Vicente Cândido (PT-SP) na comissão especial da reforma política na Câmara.

Ao participar de audiência pública na comissão nesta quarta-feira, 10, Luciana comentou a proposta de lista fechada com alternância de gênero a cada três candidatos e afirmou que é preciso maior igualdade.

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"Vejo com muita simpatia a lista fechada, agora é importante aqui fazermos uma adequação no que toca a alternância de gênero. Em muitos países, como a Argentina e o México, foi a lista fechada que permitiu o incremento da participação feminina no Parlamento", disse a ex-ministra - cujo mandato na Corte Eleitoral encerrou-se na semana passada.

"Este é o começo. Você começa com três por um. A cada três candidatos, pelo menos um tem que ser mulher. No passo seguinte, (outros países) caminharam para paridade e alternabilidade, para trazer um homem e uma mulher, um homem e uma mulher. Este é um dado, não dá pra fechar os olhos", sustentou Luciana Lóssio, que é advogada.

A ex-ministra disse que também deve ser discutida, na proposta atual, situações que dificultariam a tese de "três por um".

"Muitos partidos vão trazer apenas dois candidatos. E aí, como vai ser feita a regra da participação feminina, se a mulher vai ser a terceira?", questionou.

A ex-ministra também explicou que é a favor da lista fechada para as eleições de 2018, afirmando que ela "é aplicada pela grande maioria dos países que optaram pela eleição proporcional" e que seria "um passo importante para fortalecimento dos partidos políticos".

Luciana Lóssio, no entanto, é a favor da adoção posterior do voto distrital misto. "Acho que a lista fechada é razoável como um passo para se chegar futuramente ao voto distrital misto, que eu considero o mais adequado", disse.

Ela defende também a cláusula de barreira, ou de "desempenho", como preferiu chamar.

O relatório parcial de Vicente Cândido propõe a adoção de listas fechadas de candidatos a vereador e a deputado nas eleições de 2018 até 2022, e, a partir de 2026, um sistema misto, com metade dos candidatos definida por lista preordenada e metade, pelo voto distrital.

"Enalteço esta proposta trazida pela comissão no relatório parcial", disse a ex-ministra.

Para Luciana Lossio, uma transição é necessária porque, em relação ao voto distrital, "é praticamente impossível implementar uma mudança tão drástica para eleições que acontecerão em um ano".

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